18.3.07

De saudar...

... a correcção feita no «Portal do Governo»:

Onde, ainda no passado dia 10, se referia José Sócrates como Engenheiro Civil, figura agora Licenciado em engenharia civil (*).
Pode parecer a mesma coisa, mas não é, pois «A atribuição do título, o seu uso e o exercício da profissão de engenheiro dependem de inscrição como membro efectivo da Ordem», conforme figura no DL nº 119/92, de 30 de Junho - que pode ser lido em www.dre.pt/pdfgratisa5/1992/06/148A00.pdf (página 3).
_______
(*) A menção do nome do estabelecimento de ensino onde essa licenciatura foi obtida também não teria ficado mal. Pelo menos, dantes, era uma prática habitual - que, neste caso, até talvez tivesse honrado a escola em causa.
-oOo-
22 Mar 07: Uma notícia e um bom trabalho de investigação do «PÚBLICO» sobre este assunto:

13 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Um amigo meu dizia-me, recentemente, que «esta discussão em torno das habilitações de Sócrates é mesquinha».

Perguntei-lhe, então:

-Se te apresentarem um senhor que diz que é médico mas que, afinal, não está inscrito na Ordem dos Médicos e se recusa a dizer em que Faculdade de Medicina tirou o curso, vais consultá-lo? E se ele, além disso, tiver cartões-de-visita e tabuleta na varanda a dizer «Fulano de tal, médico», não o encaras como charlatão? Então porque é que és mais tolerante com alguém que se arroga um título de engenheiro a que, legalmente, não te direito e - para cúmulo! - é primeiro-ministro?
-
Assim sendo, a correcção que foi agora feita no «Portal do Governo», só peca por tardia, além de que veio a reboque do debate, sobre o assunto, em vários blogues.

Ed

18 de março de 2007 às 13:29  
Anonymous Anónimo said...

O Vital Moreira também um dia me respondeu a um e-mail sobre esta questão, desvalorizando o problema.

Para esta malta de esquerda a vida rege-se por uma regra muito simples : eles são, por natureza, o pilar da ética e da moral (a famosa superioridade moral dos comunistas, agora alargada aos mais bem sucedidos socialistas) e logo, tudo quanto eles dizem ou fazem está certo.

Jorge Oliveira

18 de março de 2007 às 13:48  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Jorge Oliveira,

Se nos aparecer à frente alguém a intitular-se polícia, sem o ser... o que pensamos?

O mesmo se aplica a qualquer outra profissão, como no caso do "médico" acima referido, que (e ele lá sabe porquê...) omite o nome da universidade onde estudou.

Felizmente, para se saber quem pode (e quem não pode) ostentar uma determinada qualificação profissional, há regras bem claras.
Quem não as cumpre, entra no reino da CHARLATANICE, goste-se ou não do termo.

Claro que só desvaloriza esse assunto quem é ignorante ou capaz de fazer o mesmo.

18 de março de 2007 às 14:09  
Anonymous Anónimo said...

Os comunistas não se arrogam, devem ser o pilar da ética, caso contrário não são comunistas.

18 de março de 2007 às 19:57  
Anonymous Anónimo said...

Francamente gostava de saber qual a diferença substantiva entre um licenciado em Engenharia e um engenheiro.
Ainda mais.
O que fez ou faz a Ordem para validar uma licenciatura? Sabem?
Porque não a "obrigam" a detalhar o que tem feito e quem o tem feito para validar cursos?
O que me irrita é que uma corporação tenha conseguido obter o direito de decidir quem pode ou não engenheirar apesar de credenciado por quem "legalmente" ensina.
Mas, ainda bem que estão mais felizes por termos como 1º, não o engenheiro.. mas o licenciado em engenharia. Acho que agora devem empenhar-se em que seja tornado público a escola ou escolas que o diplomaram e já agora os professores que o ensinaram e, já agora, as classificações obtidas e já agora...
Pintem a cara de preto (aqueles a quem este assunto preocupa!)
Quando era pequenino este tipo de conversa era a das lavadeiras da minha terra.
Melhoramos muito.
Temos agora as lavadeiras cibernéticas.
Boa noite.

18 de março de 2007 às 21:20  
Anonymous Anónimo said...

A resposta ao essencial das dúvidas do Anónimo das 21h20m está na legislação referida:

www.dre.pt/pdfgratisa5/1992/06/148A00.pdf
que até é de leitura acessível.
--

Goste-se ou não, espera-se que a legistação nacional seja respeitada, e que um governante não se furte a isso. Mas, se de todo não quiser sujeitar-se a ela, também pode alterá-la, visto tratar-se de um Decreto Lei.

Já agora, eclarece-se que, ao que se sabe, Sócrates é licenciado pela famigerada Universidade Independente - um facto relativamente incómodo nesta altura.

E. Ramos

18 de março de 2007 às 21:54  
Anonymous Anónimo said...

As Ordens Profissionais (e há muitas) são o mecanismo de controlo que algumas profissões encontraram como sendo, a seu ver, a melhor forma de garantir que a actividade dos intervenientes é exercida respeitando padrões de ética e qualidade controlados pelos colegas de profissão (os chamados "pares").

Mas a questão colocada no 1º comentário responde bem:

«Se lhe apresentarem um senhor que diz que é médico mas que, afinal, não está inscrito na Ordem dos Médicos e se recusa a dizer em que Faculdade de Medicina tirou o curso... vai recorrer a ele para o tratar de uma doença grave?»

Se calhar sim, pois há gente para quem uma bruxa, um curandeiro, um endireita ou um médico são exactamente a mesma coisa...

Rosário M.

18 de março de 2007 às 22:08  
Anonymous Anónimo said...

Porquê incómodo?
Será que os professores que ensinam, o fazem de forma diferente consoante a administração da empresa é ou não é vigarista?
Estou farto de ver confundir a "roubalheira" de administraçõs de escolas com a "trabalheira" dos professores.
Ensinei numa privada onde nunca vi um tostão de aumento porque a situações era sempre difícil. Um dia estoura a bomba e ficamos todos a saber que uma minoria de gente corrupta e abjecta se apropriou indevidamente dos milhões que tantos e tantos ajudaram a gerar.
Ensinei pois como sempre o fiz e não permito que alunos dessas escolas sejam prejudicados na sua profissionalização por questões de proveniência.
As empresas devem fazer apenas o que sempre fizeram: "não emprenhar de ouvido" e testar os novos licenciados independentemente dos anátemas que a coscuvilhice lusitana tanto gosta de gerar por falta de algo mais útil para fazer.

18 de março de 2007 às 22:08  
Anonymous Anónimo said...

Diz-se, acima:

«... gostava de saber qual a diferença substantiva entre um licenciado em Engenharia e um engenheiro».

Até 1970, a diferença era muito simples:

Havia 6 anos de curso (completados no IST ou na UEP), que todos os estudantes tinham de completar com aproveitamento para obter a licenciatura.

Alguns, ficavam-se por aí, e obtinham um documento que provava (apenas) que tinham tido aproveitamento escolar - e ponto final.

No entanto, para se obter a Carta de Curso, era necessário mais qualquer coisa, nomeadamente fazer três estágios profissionais de 1+1+2 meses em empresas (em geral o maior no estrangeiro), a que correspondia depois um relatório de estágio, que tinha de ser aprovado pelo professor da especialidade - o quem nem sempre sucedia.

Essa Carta de Curso (que ainda hoje é pedida frequentemente nas empresas) era necessária para a inscrição na Ordem dos Engenheiros, e importante nas candidaturas a empregos pois, de facto, asseguravam que a pessoa tinha mais algumas habilitações, nomeadamente de carácter prático.

Entretanto, os 6 anos de curso baixaram para 5 1/2 (em 1971) e para 5 (em 1972), os estágios profissionais foram abolidos, etc. etc, etc...

Amen.

18 de março de 2007 às 22:46  
Anonymous Anónimo said...

Imagine-se outro caso, o da Ordem dos Advogados, p.ex.

Alguém perguntará:

«Qual a diferença entre um licenciado em Direito e um advogado inscrito na respectiva Ordem?»

Respondamos com a pergunta seguinte:

«Você era capaz de contratar um advogado se soubesse que ele tinha acabado de ser expulso da Ordem dos Advogados?»

A resposta, em princípio, será "não". Ora porque será, hem?

Ed

19 de março de 2007 às 08:07  
Anonymous Anónimo said...

Eu invento um curso por correspondência qualquer e anuncio que, quem o tirar, fica «licenciado num determinado ramo».

Em princípio, esse curso terá de ser "acreditado" por uma entidade exterior (um Ministério do Ensino Superior, p.ex.) e isso deverá ser referido na publicidade respectiva.

Além disso, em certos casos (especialmente quando os estabelecimentos de ensino desatam a brotar como cogumelos), os profissionais do ramo podem ter uma palavra a dizer.

Se assim for, e se tiverem órgãos próprios para o fazer, podem complementar o Estado, verificando se o curso satisfaz a qualidade-padrão para a actividade profissional em causa.

Neste momento, em Portugal, há inúmeros cursos que fornecem licenciaturas em tudo e mais alguma coisa. Em termos puramente burocráticos, podem estar legalizadíssimos, mas pode suceder que o organismo de Controle de Qualidade da respectiva Ordem (se existir) considere que não têm nível.

Em consequência, e embora, em termos formais, o licenciado continue a sê-lo...

19 de março de 2007 às 09:40  
Anonymous Anónimo said...

Sim, e isso leva-nos de volta ao assunto inicial:

Tanto quanto se sabe, a licenciatura que José Sócrates obteve na U. Independente não está homologada.

19 de março de 2007 às 13:15  
Blogger fado alexandrino. said...

Um colega meu, de blog, confirmou que nem português sabem escrever.
Queira ver em

http://braganza-mothers.blogspot.com/2007/03/segunda-grande-gargalhada-do-dia.html

19 de março de 2007 às 17:44  

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