Já que falámos de guerra...
Imagine-se que, numa situação de guerra, há um pai que acompanha um filho pequeno que não pára de chorar. Ora, como o choro do miúdo vai denunciar o grupo, que será morto, a única hipótese de salvação de todos é matar a criancinha. Será o pai capaz de o fazer?
Pois bem, Damásio colocou esta e outras questões semelhantes a várias pessoas e, como é natural, quase todas hesitaram em assumir a solução puramente lógica de calar o miúdo...
O curioso é que, nessa experiência, se detectaram algumas pessoas que declaravam tomar essa decisão sem quaisquer contemplações - e António Damásio chegou à conclusão de que havia uma lesão no cérebro associada a essa ausência de emoção.
Então e o que é que isso tem a ver com o livro de Mário de Carvalho, aqui referido?
É que, sem tirar nem pôr, esse dilema é descrito no conto «Há bens que vêm por mal», de 1991.
Quanto ao que - nessa história aparentemente verídica - fez o pai da criança, não se revela aqui - evidentemente!
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