27.6.07

Lamentação Peripatética

Por Manuel João Ramos

Há algumas almas ingénuas que pretendem reanimar o corpo da Universidade, convictas de que ela não está morta. Imaginam que há ainda algo para salvar e fizeram uma petição AQUI.
Se vos tranquiliza a consciência, podeis juntar a vossa voz ao coro. Na tragédia grega, este momento de lamentação lírica colectiva chamava-se kommós.

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7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Os 50% investigadores estao aflitos! Na minha opiniao as diferentes areas tematicas tem de ter um tratamento distincto. O Ensino esta decadente e penso que muito dificilmente se endireita. O esforço deve ser virado para a investigaçao, que neste momento em muitas areas nao precisa de ser salva, porque simplesmente nao existe. A reestruturaçao tera de passar por avaliaçoes regulares, feitas por independentes (de preferencia estrangeiros imunes aos tao universitarios compadrios). Ser investigador nunca deveria ser uma grau, mas uma profissao. Quem nao a exerce, perde o cargo.

27 de junho de 2007 às 11:28  
Anonymous Anónimo said...

Mas ser estrangeiro garante imunidade ao dito compadrio? Ninguém diria, a julgar pelo que se vê em certas e determinadas Fundações.

27 de junho de 2007 às 18:37  
Anonymous Anónimo said...

Nao garante, mas diminui a probabilidade de o compadrio existir com os nossos. No estrangeiro, os compadrios existem tanto como em Portugal (Se calhar ainda mais, em escalas bem diferentes). A questao é que a avaliaçao nao pode ser feita por pessoas com as quais existe ligaçoes, quer a nivel instituticional, de projectos, etc.

28 de junho de 2007 às 12:03  
Anonymous Anónimo said...

Exacto. Mas todos os casos que conheço de avaliadores estrangeiros em insituições portuguesas não escapam à suspeita. Basta fazer uma busca no google juntando o nome do avaliador A ao do avaliado B para ver que há relações que os unem. I'll scratch your back and you'll scratch mine.
Provavelmente, o problema reside em encontrar formas de avaliação que garantam, simultaneamente, algum grau de independência e competência. E não creio que o "factor camone" seja solução.

28 de junho de 2007 às 19:44  
Anonymous Anónimo said...

Fantástico! Fantástico... Não conseguimos sair do registo que convém ao poder, o registo oficial (que aqui significa "trágico", no pior sentido do termo) de apreciação do fenómeno. Trata-se, então de garantir que o "taco" seja bem distribuído ou, o que é ainda pior, que haja uma espécie de justiça no reger ou, pelo menos, no avaliar, das progressões na carreira, condições profissionais de exercício de... Mas - tende dó, por favor! - porque é que não se tenta encara a coisa de um prisma menos parolo? Trata-se, sobretudo, - não haveis ainda percebido? - de um sinal óbvio do declínio (da crise, da contradição, da fraqueza e da falta de ética) civilizacional do Ocidente. Está tudo falido e as pessoas questionam-se acerca do preço de impressão das facturas... até apetece perguntar: "Que obra de Frederico Nietzsche é que devo recomendar-vos?"
Eis, para edificação das almas, uma canção dirigida a todos os moralistas tardios, pusilânimes e oportunistas (daqueles que só se manifestam quando lhes tocam na carteira):

You got a lotta nerve
To say you are my friend
When I was down
You just stood there grinning

You got a lotta nerve
To say you got a helping hand to lend
You just want to be on
The side that's winning

You say I let you down
You know it's not like that
If you're so hurt
Why then don't you show it

You say you lost your faith
But that's not where it's at
You had no faith to lose
And you know it

I know the reason
That you talk behind my back
I used to be among the crowd
You're in with

Do you take me for such a fool
To think I'd make contact
With the one who tries to hide
What he don't know to begin with

You see me on the street
You always act surprised
You say, "How are you?" "Good luck"
But you don't mean it

When you know as well as me
You'd rather see me paralyzed
Why don't you just come out once
And scream it

No, I do not feel that good
When I see the heartbreaks you embrace
If I was a master thief
Perhaps I'd rob them

And now I know you're dissatisfied
With your position and your place
Don't you understand
It's not my problem

I wish that for just one time
You could stand inside my shoes
And just for that one moment
I could be you

Yes, I wish that for just one time
You could stand inside my shoes
You'd know what a drag it is
To see you


(positively 4th street, Bob Dylan)
Copyright © 1965; renewed 1993 Special Rider Music

1 de julho de 2007 às 04:24  
Anonymous Anónimo said...

Sim... Que obra do Frederico deveis recomendar-me? É que eu não entendi nada do seu comentário... Exceptuando a parte - muito parola, deixe-me dizê-lo - do declínio da civilização ocidental

5 de julho de 2007 às 15:21  
Anonymous Anónimo said...

Que bom, temos diáliogo... A parte do declínio do Ocidente é "parola"?! Claro que é parola. Tal como a sua resposta e todos os diálogos que, neste registo, aqui forem produzidos. Em contrapartida, a réplica ao comentário já deixa, obviamente de ser "parola". É a coisa mais natural deste mundo um pinguim voltar-se para o outro e dizer, no meio de uma tempestade Antárttica: "Estamos pitorescos, não achas, ó companheiro?" Vá lá... Um pouco de pudor não faz mal a ninguém. Já agora: a quem produziu essa réplica tão pouco "parola", recomendo a leitura de Ecce Homo. Mas, não estaremos a afastar-nos do tema...?

5 de julho de 2007 às 16:45  

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