30.7.07

IMBATÍVEL NAS DAMAS

Por Carlos Fiolhais

O JOGO DO GALO, que consiste em colocar três cruzes ou três bolas em linha, se for bem jogado pelos dois lados, conduz sempre a um empate. Acaba de ser provado que o mesmo acontece com o jogo das damas.
Com efeito, o programa informático Chinook, criado por uma equipa da Universidade de Alberta, no Canadá, foi utilizado intensivamente para investigar todas as configurações possíveis do jogo (que são muitas: um número dificilmente imaginável com vinte zeros). O resultado, recentemente anunciado na revista Science, é que o programa é imbatível nas damas, podendo quando muito sofrer um empate. A máquina ganha sempre contra um humano porque ela não faz erros, ao contrário de um jogador de carne e osso (errar é humano!). Em 1997 o Chinook foi reconhecido pelo Livro Guinness dos Recordes como o primeiro computador a ganhar um campeonato do mundo. Neste momento, o computador já nem entra em competição com humanos pois seria como “bater em mortos”. Os cientistas canadianos têm agora um outro objectivo: criaram um programa, chamado Polaris, que vai enfrentar os melhores jogadores de póquer. Vamos ver se o Polaris também consegue fazer “bluff”...
Note-se que as damas jogadas pelo Chinook são as damas anglo-americanas e não a variante do jogo mais popular entre nós, as damas espanholas, que além da Península Ibérica se jogam no Norte de África. Nas nossas damas, a máquina ainda não ganha… Tal como ainda não há, que eu saiba, uma máquina que nos vença na sueca.
E o jogo do xadrez? Este é muito mais complexo do que o jogo das damas e, por isso, a análise automática de todas as possíveis jogadas ainda não está à vista. Mas o computador já é na prática imbatível. No ano de 1997 o campeão do mundo de então, o russo Garry Kasparov, perdeu o “match”, hoje lendário, com o programa Deep Blue, da IBM. O actual campeão do mundo, o também russo Vladimir Kramnik, que sucedeu em 2000 a Kasparov, jogou há poucos meses contra um outro programa, o Deep Fritz. E o computador revelou-se, mais uma vez, imbatível!
«Sol» de 28 de Julho de 2007 - [PH]

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3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

E nos matraquilhos? Isto é, obviamente, uma boutade!
Há um erro no texto: não pode ser o ano de 2007, mas talvez 1997.

30 de julho de 2007 às 19:24  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Sim, deve haver gralha no texto.

Vou avisar o autor.

30 de julho de 2007 às 21:36  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

O autor agradece:


«É 1997. Ja' emendei! Obrigado ao leitor

CF»

31 de julho de 2007 às 08:23  

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