22.10.07

A Carris, Lisboa e os subsídios

Por J. L. Saldanha Sanches
A CARRIS TAL COMO O METRO são empresas que fornecem transportes na área de Lisboa e que têm os seus défices cobertos por transferências do Orçamento do Estado. Concretizando: são pagas pelos contribuintes de todo o país e não, como seria mais acertado, apenas pelos contribuintes que residem em Lisboa.
A situação, como se compreende, não é pacífica: Vital Moreira já escreveu por várias vezes que não faz sentido que seja o país inteiro a pagar os défices de exploração de empresas que prestam serviços em Lisboa.
Vital Moreira tem razão.
Mas vamos ver a questão no seu todo: em nome da regionalização, da desconcentração, descentralização e de outras coisas acabadas em ão criou-se um monstruoso mecanismo de redistribuição de fundos entre municípios e regiões que permite os mais variados jogos e esquemas na afectação de fundos públicos.
As regiões mais desfavorecidas ocuparam o lugar dos cidadãos mais desfavorecidos que quer morem em Mértola ou na Cova da Moura devem ser tratados da mesma forma; e que têm um direito constitucional a prestações públicas que funcionam como redistribuição de rendimentos.
Por isso o munícipes de Lisboa devem pagar o défice do Metro e da Carris e tal como os de Alguidares de Baixo devem pagar o pavilhão multi-usos que depois ninguém usa construído pelo seu dinâmico Presidente da Câmara. Simplificando, responsabilizando e passando da redistribuição entre regiões pela redistribuição entre cidadãos.

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3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

É curioso como os que antigamente defendiam mais extremadamente "o povo unido", hoje contribuem para o individualismo e a perda de solidariedade entre os membros de uma nação. Nem que seja com artigos de opinião. Mostram bem que sempre sonharam com poder e dinheiro. As convicções são descartáveis.

22 de outubro de 2007 às 22:55  
Anonymous Anónimo said...

O Vital Moreira não tem razão, porque a forma como ele trata o assunto, Lisboa versus resto do país, é desprezível.
Se ele criticasse a gestão ruinosa dos comissários políticos que são colocados à frente da Carris e do Metro (que penalização sofreram os azelhas do Metro pela bronca do túnel do Terreiro do Paço?) ainda se compreendia.
Mas VM trata esta e outras questões de uma forma que apenas pretende servir de bandeira às suas ambições regionalistas. Provavelmente espera vir a ser o presidente de uma futura região centro.

25 de outubro de 2007 às 07:40  
Anonymous Anónimo said...

O Vital Moreira tem a mania que sabe de tudo e volta não vira espalha-se. Por exemplo, num post de hoje do Causa Nossa deixou esta pérola : "não existe uma equação biunívoca entre escola de qualidade e escola privada".
Equação biunívoca? Equação!? Vá aprender Matemática, homem.

25 de outubro de 2007 às 07:50  

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