6.3.08

Concerto

Por João Paulo Guerra
Diferentes instituições e personalidades da área do poder descobriram em simultâneo, mas aparentemente em separado, que em Lisboa e Porto não está a verificar-se uma vaga de crimes. Quando muito estará a assistir-se a alguma criminalidade vaga. Não é a mesma coisa. A expressão “vaga” tem diferentes e vagas leituras.
COM EFEITO, o ‘site’ da PJ na Internet, uma subcomissária porta-voz da PSP em Lisboa e o líder distrital do Porto do PS, ao fim da tarde de terça-feira, tiveram a premente ideia de fazer ver aos portugueses que têm acontecido nas duas maiores cidades do país “actos isolados”, “casos” ou “acontecimentos pontuais” de criminalidade, mas nada que possa classificar-se como “uma vaga de actos violentos”.
As três declarações seguiram-se a assassínios a tiro em Sacavém, Oeiras, Camarate, Loures, a outras matanças avulsas, algumas das quais em família, à morte misteriosa de um informador da polícia e testemunha do caso das noites do Porto na explosão de um automóvel, que a polícia atribuiu de pronto a excesso de velocidade, e à descoberta do corpo de um segurança num centro comercial de Lisboa que a polícia sugeriu que poderia ter-se suicidado com sucessivas facadas no próprio peito.
Mais afinado que todas estas declarações simultâneas só um concerto das melhores bandas de música da polícia. Desafinado só o dirigente socialista Francisco Assis, que alguém se terá esquecido de avisar, e que opinou que “toda esta criminalidade” contribui para “gerar alguma insegurança”.
E era isto que as palavras de ordem queriam evitar, o alarme, a insegurança e alguma vaga ideia, ou ideia vaga, de que a administração não está a dar conta do recado em matéria de segurança dos cidadãos.
«Diário Económico» de 6 Mar 08 - c.a.a.

Etiquetas:

13 Comments:

Blogger Quidquid latine dictum sit, altum videtur said...

Eis a prova provada que este Carlos Medina Ribeiro sabe tanto de criminalidade quanto de EDQ ou Teoria das Super-Cordas. Ouviu falar, mas só diz disparates enfeitadas de revelações. (tente lá mostrar que o que insinua, e depois, comunique à polícia o resultado das suas investigações). No meio - aliás, de princípio ao fim -, demagogia típica de jogador dominó num qualquer parque da cidade. Se não sabe pensar - que não sabe, é evidente - guarde os seus pensamentos para si.

6 de março de 2008 às 17:14  
Blogger Quidquid latine dictum sit, altum videtur said...

Espero bem que o envie. Vejo, com felicidade, que acedeu ao meu convite para fazer o papel de carteiro. Bem haja pelo seu orgulho.

6 de março de 2008 às 17:52  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Mais uma vez se verifica que Scott Adams teve toda a razão quando pôs os elbonianos a dizer
«Escrever é fácil. Um dia esperamos também saber ler» - [ver aqui].
De facto, e como está bem escarrapachado, o texto não é meu - trata-se da crónica diária de João Paulo Guerra, no «Diário Económico» de hoje...

6 de março de 2008 às 17:52  
Blogger R. da Cunha said...

Já lá dizia não sei quem: o maior cego é o que não quer ver. O aforismo aplica-se aos que não querem ver a violência (pontual!),bem como ao comentador acima, que nem sequer parece saber ler, embora saiba latim.

6 de março de 2008 às 17:56  
Blogger Quidquid latine dictum sit, altum videtur said...

Concordo com o Sr. R. da Cunha: o maior cego é o que não quer ver.

6 de março de 2008 às 18:00  
Blogger Blondewithaphd said...

Tá-se bem!!!
O povo está sereno! O que é que interessa umas quantas mortes avulsas, desencontradas, fortuitas?

Tá-se bem!!!
Ele é com cada comentário!

6 de março de 2008 às 18:05  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Houve aqui um pequeno desencontro:

Por pudor, alterei meu o comentário, em resposta ao 1.º, em que eu dizia que ia reencaminhá-lo para o JPG - como sempre faço com os textos de autores convidados.

Mas, para já, não o vou fazer, pois não sei o que ele iria pensar ao ler um texto de um individuo maldisposto que, logo a abrir, me atribui uma crónica dele!

Ainda me arranjava problemas com a Sociedade Portuguesa de Autores - Chiça!

6 de março de 2008 às 18:06  
Blogger Quidquid latine dictum sit, altum videtur said...

O tempora, o mores, a já costumeira atitude: agarrem-me senão eu faço, tomou conta do coleccionador de tiras antigas e de tiradas defundas. E ele chama-lhe pudor. Eu chamar-lhe-ia: vergonha. Creio que ambos dizemos o mesmo.

A mensagem ficou.

Grato pela sua colaboração.

A soberba acasalada com a estupidez é que move o mundo.

6 de março de 2008 às 18:20  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

A crónica de João Paulo Guerra foi transcrita [daqui], onde também pode ser comentada.

6 de março de 2008 às 18:20  
Blogger Rosário said...

Ó caro latinista! Você acordou hoje zangado com o Mundo, ou é sempre assim?

Quanto à tristíssima figura que fez, não esteja preocupado, pois isso são coisas que acontecem. A rapaziada que anda na blogosfera compreende, não leva a mal e até bate palmas quando aparece um artista assim!

Bem-haja!

6 de março de 2008 às 18:33  
Blogger Jack said...

Só agora tive o desprazer de ler alguns dos comentários aqui nesta caixa de comentários. Caro Medina Carreira, realmente é preciso ter paciência para aturar estes indivíduos que, a coberto de umas palavras em latim, querem demonstrar uma intelectualidade inexistente e carente das mais elementares regras cívicas. A democracia é mesmo assim, todos têm direito a opinar. No entanto, permitam-me que diga, por palavras, que como dizia Agostinho da Silva, não sei se são minhas ou se as li em qualquer lugar, o uso da força não é mais do que a ausência da razão, ou então, a agressão verbal não é mais do que a carência da argumentação, numa dialéctica que se tornou irracional. Enfim, o que me preocupa não é o latinista em si, pobre coitado, mas, os seus semelhantes que na era actual proliferam nos blogues como cogumelos depois de um dia de chuva.

7 de março de 2008 às 14:21  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Caríssimo INF-1962,

Se se tratasse de alguém que soubesse ler o que se escreve (e já se viu, logo à partida, que não é o caso), dir-lhe-ia, paternalmente, que apagasse o seu comentário e o substituísse por um outro que abordasse, com cabeça, tronco e membros, o que diz o João Paulo Guerra - numa crónica que, porventura, até merece ser criticada.

Claro que o ideal era que isso fosse feito com a civilidade exigida a alguém que se dirige a pessoas que não conhece. Mas, não estando satisfeita a condição inicial - a literacia -, há que reconhecer que seria pedir demasiado.

De qualquer forma, e como o tempo (pelo menos para mim) é um bem escasso e precioso, proponho que o gastemos, antes, em assuntos que minimamente o mereçam.

Um abraço

CMR

7 de março de 2008 às 14:48  
Blogger Quidquid latine dictum sit, altum videtur said...

O humor está no sangue do CMR. Primeiro, porque continua dar-se ao ridículo de não entender a impostura intelectual dos primeiros post. Depois, e porque sente que veste bem os argumentos que utilizei, dá-se ao ridículo ainda maior de os encarnar a toda força. Repare-se:

"Claro que o ideal era que isso fosse feito com a civilidade exigida a alguém que se dirige a pessoas que não conhece. Mas, não estando satisfeita a condição inicial - a literacia -, há que reconhecer que seria pedir demasiado"

Hilário ao máximo. Não sabe quem sou, mas sabe quem não conheço. Patetada CMR (que por acaso até conheço, razão pela qual sabia que ia enfiar o barrete com toda confiança). Considera que a literacia (funcional, neste caso) é condição inicial da civilidade. Ainda mais pateta. Por fim, dá-se à arrogância de querer ser paternalista e ajuizar sobre o que é, ou não é, um comentário válido. Sem palavras...Arrogância do postador. Ignorância do autor (no jornal, o meu comentário, que até mais leve, foi censurado). Se dúvidas tivesse, ficou tudo à mostra. Se ao menos soubesse latim, logo teria desconfiado. Logo de quem tanto sabe do que é ser-se hipócrita. Mas não,...caiu.

Não perderei mais o meu tempo consigo. Pode ficar tranquilo.

ahahahah

7 de março de 2008 às 16:29  

Enviar um comentário

<< Home