«30% de zero...» ou «Os trapalhões»
EM ALGUNS blogues, está a decorrer uma interessante discussão acerca do carro eléctrico de que José Sócrates falou. Não vamos agora abordar os aspectos técnicos do assunto, mas apenas tentar perceber o seguinte:
Lê-se, na comunicação social:
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Na quarta-feira, o primeiro-ministro afirmou que o Executivo iria estudar um modelo fiscal para permitir que os futuros carros eléctricos, sem emissões poluentes, possam pagar menos do actual imposto automóvel. "Se um carro eléctrico já existisse actualmente, apenas pagaria 30% do imposto automóvel, já que este imposto tem em 70% uma componente ambiental. O Governo está disponível para criar um quadro fiscal ainda mais atraente", disse José Sócrates.
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Na quarta-feira, o primeiro-ministro afirmou que o Executivo iria estudar um modelo fiscal para permitir que os futuros carros eléctricos, sem emissões poluentes, possam pagar menos do actual imposto automóvel. "Se um carro eléctrico já existisse actualmente, apenas pagaria 30% do imposto automóvel, já que este imposto tem em 70% uma componente ambiental. O Governo está disponível para criar um quadro fiscal ainda mais atraente", disse José Sócrates.
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Até aqui, tudo bem. Mas então como é que se explica o que seguidamente se lê?
Actualização: os noticiários das 20h deram-nos conta (com imagens) de que as declarações de Sócrates foram feitas na presença dos ministros da Economia e do Ambiente - e nenhum parece ter-se apercebido da gaffe.
Fica a ideia de que mesmo assuntos sérios, como este, são tratados... - como dizer? - à mesa do café, assim a modos que em cima do joelho...
Etiquetas: CMR
9 Comments:
Quem escreve as leis são uns ratinhos sabichões que vivem debaixo da terra nuns buraquitos com livros e computadores. Só eles é que, escrevendo tudo, também lêem tudo.
Agora queriam os portugueses que deputados e governo soubessem bem aquilo que é aprovado na assembleia. Não foi assim até agora nem é agora que vai começar a ser.
Estão muito exigentes!
Como é que esta gente pode fazer um acordo internacional (com a Renault/Nissan) ignorando o respectivo enquadramento legal (neste caso a legislação sobre o assunto que ela mesma fez há 1 ano)?!
Mas a bronca, que mostra bem a ligeireza com que o assunto foi tratado (dizem agora que a culpa é do ministério das Finanças!), presta-se a uma dúvida:
O imposto passa de 0% para 30%, ou passa a ser 30% de ZERO?!
Julgo que já referi, neste blogue, o Eng. Barroso, que dava aulas de Órgãos de Máquinas no IST.
Dizia ele - e nunca mais me esqueci - que «os portugueses são muito bons a inventar coisas, mas péssimos a comercializá-las, a acarinhá-las, a dar-lhes seguimento».
Veja-se a famosa «caixa de e-mail para 10 milhões de portugueses» e tantas outras coisas que, sendo boas ideias, morreram pouco depois - como brinquedos postos de lado, uma vez passada a noite de Natal, por garotos mimados a quem só interessa a novidade fugaz.
Caro Medina Ribeiro,
será que ainda alguém duvida que estes assuntos são tratados "em cima do joelho". Que apenas se fala, agora, neles perto das legislativas.Apelidadas pelo nosso P.M. como, não exactamente nestes termos, que a "guerra eleitoral" começou a partir deste último debate da nação. Apeasr de ter começado há muito mais, como todos nós sabemos.
Infelizmente, vamos assistir a uma tentativa de "caça" ao voto até 2009 muito feia,desleal e a roçar a desonestidade, que nos vai deixar banzos.
O país não vai sofrer melhorias, tristemente.
Os "actores" são sempre os mesmos.
Porque é que há uma grande vergonha, por parte das gerações mais novas de seguir em frente com projectos beneficos para Portugal?
Porque será que vamos assistir a um galopante desmoramento da classe média portuguesa?
Porque será que portugueses que estão a iniciar as suas vidas se vão embora de Portugal?
Porque será que todas, todas as taxas vão diminuindo?
Eu sei que Medina Ribeiro tem todas as respostas. Só não percebo é porque não há um único deputado, ministro ou seja lá o cargo que tenha, venha a público e diga com frontalidade:
-É necessário "sangue novo!".
Claro que eu não passode mais um inconformado que jamais terá respostas.
Não desafio os/as grandes personalidades deste blogue que tanto prezo a responder-me. Desafio sim quem o lê e que até agora não teve a audacia de falar.
Falem, por favor.
Este Primeiro Ministro decididamente sofre de um problema psicológico que o coloca ao nível de um qualquer garoto chico-esperto, desenrascado, que inventa o que for preciso para responder de forma expedita a qualquer pergunta embaraçosa, atirando ao interlocutor com argumentos cuja autenticidade é difícil de verificar no momento.
Os que lhe dão apoio no Governo apenas reforçam essa característica. Este escorreganço no imposto sobre os veículos eléctricos só pode ter sido uma ideia “brilhante” soprada de véspera por um dos “spin doctor” de serviço, com o propósito de encantar o amável público.
Se for revista a gravação do discurso do PM, percebe-se que no momento em que ele fala na redução do imposto há ali uma certa hesitação. À luz do que agora se sabe, torna-se possível compreender que ele estava num daqueles momentos de invenção, a discorrer sobre uma regra que verdadeiramente desconhecia.
Mas o que se aguarda com mais interesse é a forma como eles vão dar a volta ao assunto. Que vão arranjar uma explicação, lá isso ninguém duvide.
Caro Jorge,
Andei à procura da gravação, no Youtube (para a afixar ou indicar o link), mas não a encontrei.
Se alguém souber indicar onde está, ainda vem a tempo.
As notícias de ontem já adiantavam que "a culpa fora do Ministério das Finanças"...
As medidas do PM servem só para as parangonas!
Quer noticias nos jornais que impressionem, depois faz disto... nada que surpreenda.
É como os mega-aumentos nos abonos de familia, esquece-se é de referir os escalões onde os aumentos incidiram (os 2 primeiros são para agregados com rendimentos inferiores a 407 € mensais!!!???).
Isto já nem é caça ao voto. É caca ao voto. Desde que a Liberdade e a Democracia chegaram a Portugal nunca deixei de votar. E, como membro do Partido Socialista - dos primeiros, pois já fora da Aliança Socialista - confesso publicamente que votei PS. E até disse, antes das urnas, que o ia fazer.
Agora, com tais desmandos...
Caro Carlos Medina Ribeiro,
Já tinha iniciado há dias um pequeno texto (ou pelo menos era essa a ideia) para “postar” no meu blog, sobre a estratégia que está a ser usada pelo Governo, quando li este seu post. Não me contive e abordei também este, pois a meu ver faz todo o sentido, e em que tomei a liberdade de o mencionar. Está obviamente convidado a passar por lá: http://senhorcaracol.blogspot.com.
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