Alianças em anos magros
Por J.L. Saldanha Sanches
2009, UM ANO DE CRISE e de eleições. Crise quer dizer necessidade constante de decisões políticas desagradáveis e impopulares. Eleições querem dizer que a maioria absoluta do PS vai provavelmente acabar.
Como continuar com a política de reformas sem maioria estável?
A nova edição de um governo com políticas guterristas é impensável. Só se pode negociar com toda a gente e conseguir aprovar leis e orçamento quando há sempre qualquer coisa para distribuir. Largueza financeira, em suma.
Como havia no tempo em que a descida das taxas de juro criava um excedente: dinheiro para as regiões, dinheiro para as autarquias, para a educação e orçamento equilibrado.
Na situação que aí vem não vai ser assim e as políticas que vão ser necessárias exigem uma maioria estável.
Logo, que alianças vamos ter?
(...)
Texto integral [aqui]
«Expresso» de 30 de Agosto de 2008 - www.saldanhasanches.pt
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2 Comments:
Perante tais cenários, o melhor é dar a maioria ao PS... A não ser que o Manuel Monteiro consiga eleger-se ou algum dos novos partidos recentemente constituidos eleja alguém e queira apoiar o PS!...
Penso que este vai ser o tema mais debatido até às próximas eleições legislativas.
Não sendo o primeiro a escrever sobre o tema, L Saldanha Sanches tem, neste seu texto, o grande mérito de equacionar, ainda que da forma sucinta que este tipo de intervenções impõe, todas as possibilidades em jogo.
Tem no entanto o cuidado de não se deixar entusiasmar com a deriva a que cada uma das hipóteses mais prováveis pode conduzir.
O que é uma pena. Porque seria interessante que dissesse o que pensa acerca das alterações no xadrez partidário português produzidas por exemplo com uma aliança PS-AJJardim.
Também me parece que AJJardim aceitaria de bom grado a aliança, se o seu grupo parlamentar fosse suficiente para colmatar as perdas do PS. Se assim fosse,Jardim ganhava mais uma vez aos cubanos do contenente, estilhaçava ainda mais o PSD e bloqueavam o PR.
Se fosse Portas o namorado escolhido,(a sua representação parlamentar deve ficar tão reduzida, que a hipótese, até por essa razão, é remota) as consequências para o PSD seriam, idênticas e o PR, também neste caso, ficaria bloqueado.
Se a coligação se fizer com o PSD, o PR verá o seu peso reforçado e as más tentações de um bloco central minimizadas por esse facto.
De qualquer modo, o PSD é um partido ameaçado de ambivalência. Mais tarde ou mais cedo, uma parte integrará o PS e a outra refugiar-se-á à direita, se Portas tiver saído entretanto.
A menos que, inesperadamente, do nevoeiro que fenvolve o PSD, apareça Dom Sebastião Laranja.
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