1.10.08

O caso 'Lisboagate' e a cultura da cunha

Por João Miguel Tavares
A CUNHA TEM MUITO que se lhe diga. Toda a gente está disposta a condená-la e a apontá-la como uma das causas do atraso de Portugal, mas poucos, na prática, passam sem ela. Se Jesus, em vez de frequentar as terras de Israel, tivesse pregado nas margens do Tejo, teria dito à multidão em fúria: "Quem nunca meteu uma cunha que atire a primeira pedra." E aí todos baixariam a cabeça, começando pelos mais velhos, e iriam apedrejar para outra freguesia. É que a cunha não é um acto de corrupção, como enfiar notas na mão de um autarca. É, de forma bem mais cândida, driblar a máquina burocrática, pedir pequenos favores para o primo que é óptimo rapaz, tentar muitas vezes ajudar quem efectivamente precisa ou, como se diz na minha terra, ter um simples "olhamento".
(...)
Texto integral [aqui]

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8 Comments:

Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Para não sobrecarregar este blogue com posts sobre o mesmo tema, e apesar de Rui Tavares ser, tal como João Miguel Tavares, autor convidado do Sorumbático, a sua interessante crónica sobre o assunto é apenas referida com link - ver [aqui]

1 de outubro de 2008 às 12:59  
Blogger Isaac Baulot said...

Se bem entendo a moral da sua história, a cunha é um viciozinho português, coisa feia, mas deixem lá, nós somos assim...
Está enganado.
A cunha não é portuguesa, é mundial.
Existe potencialmente em todas as partes do mundo.
O que não existirá noutras partes do mundo é alguém escrever artigos nos media a tentar desculpabilizá-la.
Nas outras partes do mundo o que se escreveria seria a condenação de tais práticas e não a sua desculpabilização.
O que é genuinamente português é a falta de vergonha!

1 de outubro de 2008 às 14:06  
Anonymous Anónimo said...

Este comentário foi removido pelo autor.

1 de outubro de 2008 às 14:20  
Anonymous Anónimo said...

João Miguel Tavares, pelo que se percebe da crónica (mas é preciso lê-la toda), e pelo que se conhece dos seus escritos, não desculpa a cunha, muito antes pelo contrário.

Nesse seguimento, particularmente interessante é o último parágrafo, em que se refere a Baptista-Bastos.

1 de outubro de 2008 às 14:22  
Blogger Rui Fonseca said...

Excelente.

1 de outubro de 2008 às 19:52  
Blogger Isaac Baulot said...

Obrigado, caro co-comentador Mendonça, por me ensinar a ler aquilo que não está escrito.
Então será preciso "conhecer os seus escritos" para chegar à sua conclusão.
Mas isto das lógicas invertidas, tem o seu quê de engraçado. Diz-me que JMT "não desculpa a cunha, muito antes pelo contrário."
O contrário de "não desculpa a cunha" é... "desculpa a cunha".
ah ahah ah!!!

1 de outubro de 2008 às 21:29  
Anonymous Anónimo said...

Antífrases, antinomias, ironias...

1 de outubro de 2008 às 22:14  
Blogger Táxi Pluvioso said...

A cunha cimenta, alcatroa, betoniza a amizade e consequente coesão social.

2 de outubro de 2008 às 05:46  

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