9.11.08

A noite americana (e outros contos)

Por Nuno Brederode Santos
COMO TANTA GENTE, vivi entre amigos a noite americana. Uma poltrona, um copo à mão e um cinzeiro que começa imaculado, mas sobre o qual chovem beatas ao ritmo do apuramento dos votos. Em volta, vozes familiares, risos conhecidos, exaltações antigas - ou seja, idiossincrasias da minha colecção pessoal. Não quero chocar ninguém, mas nem James Bond, nem Indiana Jones, nem Rambo: as grandes emoções são sedentárias.
Vivida a festa, porém, logo na manhã seguinte vemos alguns, dos que era lícito pensar que a celebravam, falando agoiros em nome da prudência, com caras soturnas e olhar sombrio. É deprimente a militância no cinzento. É a recusa do encanto em nome de qualquer desencanto que aí venha. É a recusa dos afectos porque amanhã estaremos todos mortos. Nós sabemos que os valores iluminam o sentido da História e os interesses fazem a gestão do cruzeiro da vida. Mas os valores libertam muitos condenados e assustam muitos carcereiros. Devemos-lhes a literatura, a música, a pintura. Já os interesses, esses, são contas em papel pardo, sem as quais o merceeiro não nos fia.
Texto integral [aqui]

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2 Comments:

Blogger Táxi Pluvioso said...

Pela primeira vez a líder da oposição fez uma análise correcta da realidade portuguesa. Quem trabalha no país são os pretos e os ucranianos, os lusos podem fazer noitadas, porque o dia seguinte é de descanso.

Mais importante que Oh!bama foi a eleição de Stu Rasmussen para mayor de Silverton. Será o futuro da Casa Branca e que agradará ainda mais aos lusos.

9 de novembro de 2008 às 10:10  
Blogger Unknown said...

Pronto. Assim, não tem piada nenhuma. Vem um cidadão (cumpridor tanto quanto possível das suas obrigações perante o Estado - e outras...) com a faca afiada para a espetar frontalmente no Nuno Brederode Santos, e sai dos bastidores para a esquerda baixa, pois nem sequer ousou entrar em cena. Ganda ponto!

Refiro-me, obviamente cá ao je, não ao sujeito que, dentro da sua caixa, se esforça por ser ouvido só pelos actores.

Ó Nuno, tu desculpa lá, mas cada vez me tramas mais. Ou seja, por trocados: cada vez me delicias mais, cada vez mais me obrigas a dizer bem te ti. És bué da fixe, meu!!!!!

Pronto, repito, pronto. Já cá não está quem tentou. Honestamente, mas falhou. Não te consegui bater, és imbatível. E lidos os autos, as declarações e os termos, tudo achou conforme e vai assinar comigo e com o escrivão. Vou mesmo.

PS (que aqui quer dizer só Post Scriptum) - Quando vamos de novo almoçar e maldizer? Fico à espera

10 de novembro de 2008 às 13:40  

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