As nossas culpas
Por Nuno Brederode Santos
SE BEM ENTENDI MIGUEL CADILHE, a coisa é esta: a Sociedade Lusa de Negócios perdeu muito com o muito que perdeu o seu Banco Português de Negócios. E este perdeu o que perdeu por má gestão, senão mesmo por gestão criminosa. Por isso – e porque o que a SLN perdeu, perderam-no os seus accionistas – o órgão estatutário máximo da sociedade, que é a sua Assembleia Geral, decidiu-se pela interposição de acções judiciais contra os titulares dos órgãos sociais (anteriores à tomada de posse de Cadilhe) “relativamente aos quais tenham sido ou venham a ser detectadas irregularidades”. Mas Cadilhe vai mais longe, sugerindo aos accionistas que interponham também acções contra o Estado, por erros, insuficiências ou culpas da supervisão da instituição.
Este é o lado jovial da crise que nos atola. Uma tribo mundial de rendidos aos prazeres da vida – e se ela os tem!... – tomou a “mão invisível” de Adam Smith, prendeu-se à letra das palavras e confundiu a ideia de um funcionamento autónomo, harmonioso e automático do mercado com a compreensível ambição de um carteirista num comboio suburbano. (...)
Texto integral [aqui]
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1 Comments:
Eu passo por cima da lengalenga contra os rapazes maus deste mundo, para ir directo ao que interessa:
O Governador do Banco de Portugal precisa ou não de uma orelhada das valentes?
Ou lá porque é socialista, ou seja, rapaz “bom”, é desculpável a sua falta de visão em todos estes casos recentes protagonizados por rapazes maus?
Isso agora é que conta. O resto é conversa para adormecer meninos, mas não resulta com quem há muito topa os rapazes “bons” e a forma como se babam na ânsia de usufruir exactamente das mesmas coisas e da mesma vidinha que os rapazes maus.
Muito justamente, algumas pessoas pediram a demissão de Vitor Constâncio. Ficaram a falar sozinhas e já hoje não se ouve nada nesse sentido.
E se o governador do Banco de Portugal não fosse socialista? Alguém é capaz de imaginar o berreiro que se ouviria todos os dias a pedir-lhe a demissão? E não tenho dúvidas de que o conseguiriam.
É fácil antecipar. Basta pensar no berreiro que fizeram até libertar e inocentar um provável pedófilo, culminando numa cena nojenta na Assembleia da República, que por sinal é de todos os portugueses, mas que aquela gente se arrogou transformar em sua, deles.
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