16.12.08

Se telefonar não conduza

Por Nuno Crato
HÁ UMA DÚZIA DE ANOS, quando um veículo à nossa frente parecia que parava, demorava a reagir ao sinal verde ou fazia uma série de manobras estranhas, suspeitávamos que o condutor se encontrava embriagado. Quando vemos agora o mesmo comportamento desgovernado, suspeitamos que o condutor está a falar ao telemóvel.
Esta desatenção dos condutores tem sido objecto de muita investigação científica. Alguns dos estudos mais interessantes têm usado as técnicas de imagiologia cerebral. O que mostraram foi que, ao contrário do que muitos pensavam, há limites claros para a capacidade humana de processar informação em paralelo, mesmo quando esta requer capacidades mentais diferentes. Um trabalho liderado por Marcel Adam Just, publicado em 2001 na revista «NeuroImage» (14, pp. 417–426), mostrava que o cérebro reduz a actividade de reconhecimento de objectos em cerca de 30% e a de diálogo em cerca de 50%, quando as duas actividades se processam em simultâneo.
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