Ano novo, vida nova
Por Joaquim Letria
NO PRINCÍPIO DE CADA ANO devemos limpar as gavetas, apagar do nosso disco rígido aquilo que não interessa, deitar fora os cartões-de-visita de quem já não nos lembramos, apagar os telefones que já desconhecemos a quem pertencem, ou de quem morreu, ou para quem não ligamos há, pelo menos, um ano.
Como o tempo nos foge por entre os dedos, evitemos as coisas desagradáveis, fujamos do trânsito insuportável, do desconforto das horas de ponta nos transportes públicos, das reuniões maçadoras, dos encontros com chatos e conhecidos de vista, das infindáveis secas de fala-barato com que, por vezes, nos assaltam.
É verdade que hoje vivemos mais. Mas de que serve isso se não nos encontrarmos com os amigos, saborearmos boas refeições, bebermos bons vinhos, apreciarmos os nossos netos, estivermos com os nossos filhos, viajarmos leves e vivermos ligeiros, divertindo-nos com muito prazer!?
Para a felicidade ser completa falta pouco. Basta não comprarmos o que não precisamos com o dinheiro que não temos, para mostrarmos a quem não gostamos uma pessoa que não somos. É simples. É só pensarmos que a compra é sublime mas fugaz, mas a dívida amarga e duradoura. Ano novo, vida nova.
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