Os juízes do padre Américo
Por Joaquim Letria
REPITO QUE OS NOSSOS JUÍZES são muito bonzinhos e que com as leis que têm ao seu dispor não podem fazer muito melhor. Reparem no caso do homem que fez uma espera à mulher com quem viveu 14 anos, mãe de dois filhos seus, e lhe atirou ácido à cara e a esfaqueou no pescoço.
Um juiz dum Tribunal de Instrução mandou o homem para casa, a aguardar julgamento por ofensas à integridade física e violência doméstica. Antes, o homem já dera com um ferro de engomar quente na mulher! Logo, isto é mais do mesmo…
Um frasco de ácido no bolso?! Uma faca noutro bolso?!Uma emboscada? Premeditação? Assassínio? Sob a forma tentada? Ácido na cara e facadas no pescoço? Violência doméstica! O homem tem emprego, não bebe nem é doente, proíbe-se que se aproxime da vítima, para não ter a tentação de lhe dar uns pontapés na cabeça ou outros miminhos para se reconciliarem. O padre Américo tinha razão: não há juízes maus! De todo!
«24 Horas» de 31 de Março de 2009
«24 Horas» de 31 de Março de 2009
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