Cavaco e Sócrates ajudam Manuela
Por Alfredo Barroso
A TRÊS MESES DAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES legislativas, o menos que se pode dizer é que o regime democrático dá sinais de estar com gripe, enquanto os seus actores principais persistem em actuar como vírus. O primeiro-ministro, José Sócrates, continua a dar tiros nos seus próprios pés. A chefe do maior partido da oposição, Manuela Ferreira Leite, insiste em dar largas à sua irritabilidade bacoca, pejada de contradições. O Presidente da República, Cavaco Silva, achou por bem lançar às urtigas o seu dever de isenção.
No tão mediático caso que envolvia a PT, a Prisa e a TVI, o engenheiro Sócrates fez muito mal em negar o conhecimento prévio, afirmando que, apesar da golden share, o Estado não tinha que interferir num negócio entre privados. E ainda fez bastante pior ao rematar o assunto com um erro de palmatória, invocando a golden share para se opor ao negócio. Uma pulsão suicida fê-lo seguir o conselho, no mínimo perverso, que lhe deu o engenheiro João Cravinho em entrevista a Mário Crespo na SIC Notícias.
Neste mesmíssimo caso, também veio mais uma vez ao de cima a irreprimível tendência da drª Manuela Ferreira Leite para uma irritabilidade destrutiva e vazia de conteúdo, típica de quem não mede as afirmações que faz, não sabe a quantas anda, nem tem memória dos erros que cometeu no passado, designadamente enquanto ministra das Finanças. O ódio desta senhora ao engº Sócrates e ao PS cega-a e desmemoria-a.
A chefe do PSD detesta o Estado e adora os privados, mas acabou por incitar à intervenção do Governo na PT, ajudando a dar cabo de um negócio que seria bom para os privados. Esqueceu-se, entretanto, das interferências na PT e na Lusomundo Media, quando era ministra das Finanças do dr. Durão Barroso. A drª Manuela Ferreira Leite tem o carisma de uma ostra e a sensibilidade de um tijolo, mas já se tornou heroína dos órgãos de comunicação social, que ainda há poucas semanas afirmavam que ela era um caso perdido para a política. A perspectiva de ela poder vir a ser chefe do Governo é, no mínimo, preocupante. Mas a memória colectiva é curta: esgota-se em seis meses.
Como se a tanto disparate – de Sócrates e Ferreira Leite – ainda fosse necessário acrescentar uma cereja no topo do bolo, o Presidente da República, Cavaco Silva, não se fez rogado e resolveu lançar às urtigas o seu dever de isenção. Prudentíssimo e distante nos casos do BCP e do BPN (que envolvem alguns ex-membros de Governos seus), não manteve a prudência nem a distância no mediático caso PT/Prisa/TVI, dando um grande encontrão no Governo e uma enorme ajuda à sua ex-ministra da Educação (lembram-se dela?), a pretexto de transparência. Surpreendentemente, Cavaco Silva resolveu ignorar as entidades reguladoras competentes para avaliar a transparência do negócio.
Cada qual à sua maneira, Cavaco e Sócrates ajudam Manuela: um, andando com ela ao colo; o outro, persistindo em cometer sucessivos erros políticos. Qualquer dia já ninguém liga às asneiras e aos disparates constantes da chefe do PSD, promovida de besta a bestial pelos jornais e televisões que temos. Espelho meu, espelho meu…
A TRÊS MESES DAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES legislativas, o menos que se pode dizer é que o regime democrático dá sinais de estar com gripe, enquanto os seus actores principais persistem em actuar como vírus. O primeiro-ministro, José Sócrates, continua a dar tiros nos seus próprios pés. A chefe do maior partido da oposição, Manuela Ferreira Leite, insiste em dar largas à sua irritabilidade bacoca, pejada de contradições. O Presidente da República, Cavaco Silva, achou por bem lançar às urtigas o seu dever de isenção.
No tão mediático caso que envolvia a PT, a Prisa e a TVI, o engenheiro Sócrates fez muito mal em negar o conhecimento prévio, afirmando que, apesar da golden share, o Estado não tinha que interferir num negócio entre privados. E ainda fez bastante pior ao rematar o assunto com um erro de palmatória, invocando a golden share para se opor ao negócio. Uma pulsão suicida fê-lo seguir o conselho, no mínimo perverso, que lhe deu o engenheiro João Cravinho em entrevista a Mário Crespo na SIC Notícias.
Neste mesmíssimo caso, também veio mais uma vez ao de cima a irreprimível tendência da drª Manuela Ferreira Leite para uma irritabilidade destrutiva e vazia de conteúdo, típica de quem não mede as afirmações que faz, não sabe a quantas anda, nem tem memória dos erros que cometeu no passado, designadamente enquanto ministra das Finanças. O ódio desta senhora ao engº Sócrates e ao PS cega-a e desmemoria-a.
A chefe do PSD detesta o Estado e adora os privados, mas acabou por incitar à intervenção do Governo na PT, ajudando a dar cabo de um negócio que seria bom para os privados. Esqueceu-se, entretanto, das interferências na PT e na Lusomundo Media, quando era ministra das Finanças do dr. Durão Barroso. A drª Manuela Ferreira Leite tem o carisma de uma ostra e a sensibilidade de um tijolo, mas já se tornou heroína dos órgãos de comunicação social, que ainda há poucas semanas afirmavam que ela era um caso perdido para a política. A perspectiva de ela poder vir a ser chefe do Governo é, no mínimo, preocupante. Mas a memória colectiva é curta: esgota-se em seis meses.
Como se a tanto disparate – de Sócrates e Ferreira Leite – ainda fosse necessário acrescentar uma cereja no topo do bolo, o Presidente da República, Cavaco Silva, não se fez rogado e resolveu lançar às urtigas o seu dever de isenção. Prudentíssimo e distante nos casos do BCP e do BPN (que envolvem alguns ex-membros de Governos seus), não manteve a prudência nem a distância no mediático caso PT/Prisa/TVI, dando um grande encontrão no Governo e uma enorme ajuda à sua ex-ministra da Educação (lembram-se dela?), a pretexto de transparência. Surpreendentemente, Cavaco Silva resolveu ignorar as entidades reguladoras competentes para avaliar a transparência do negócio.
Cada qual à sua maneira, Cavaco e Sócrates ajudam Manuela: um, andando com ela ao colo; o outro, persistindo em cometer sucessivos erros políticos. Qualquer dia já ninguém liga às asneiras e aos disparates constantes da chefe do PSD, promovida de besta a bestial pelos jornais e televisões que temos. Espelho meu, espelho meu…
NOTA (CMR): esta e outras crónicas do mesmo autor estão também afixadas no seu blogue Traço Grosso.
Etiquetas: AB
4 Comments:
Gostava de ter escrito este texto.
Belissima análise!
Haja fé para depois de Setembro. Ou paciência...
O texto é deveras interessante, mas... o que pretendemos? Um Primeiro-Ministro com um passado e um presente demasiado vulgar, aproximando-se mesmo do chico-espertismo saloio ou uma Primeira-Ministra com um passado e um presente que de chico-espertismo nada têm?
No Reino Unido, em Espanha ou nos EUA julgo que José Pinto de Sousa nem deputado regional seria, e em Portugal? Em Portugal, o PS permitiu que este senhor fosse candidato a Primeiro Ministro em 2005 e, agora, até permite que seja novamente candidato em 2009...
Palavras para quê?
Onde estão os valores republicanos? Onde estão os valores socialistas? Onde estão os valores europeus?
Será que os valores socialistas passaram a ser os valores sul americanos?
O PS, terá a resposta a este enorme disparate em Setembro...
Duas notas:
Quando diz: "O Presidente da República, Cavaco Silva, achou por bem lançar às urtigas o seu dever de isenção." A ser verdade, deve-se ter lembrado do tempo em que foi PM e devolveu um pouco do remédio que tanto teve de tomar proveniente da farmácia do dr. Soares(lembram-se dele?).
Eu lembro-me e ainda me lembro do Dr. Rui Mateus(lembra-se?).
Quando refere: "promovida de besta a bestial pelos jornais e televisões que temos." Pelo lamento percebe-se a sua posição quanto ao negócio entre "privados".
Notas emergentes de uma enviesada leitura.
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