Plano C
Por João Paulo Guerra
Em princípio era o plano A: renovar a maioria absoluta. Seguiu-se o plano B: ganhar simplesmente as legislativas. Agora já se passou ao plano C: não perder as eleições.
ESCREVIA UM JORNAL um dia destes que Manuel Pinho "matou o arranque do PS para as próximas eleições". Mas para além dos coisinhos na testa do ex-ministro o PS vê-se a contas com os tiros nos próprios pés.
Entre esses, os que mais podem desacreditar o partido do Governo são as reacções dos candidatos que se viram proibidos de apostar em diversos cavalos nas eleições autárquicas e legislativas. Não haverá nada que mais desacredite um candidato a um cargo de eleição que sugerir de algum modo ao eleitor que o que está em jogo é a conquista de um emprego, um almoxarifado, um proconsulado ou curadoria, uma satrapia ou uma questura. E esse é o espectáculo que estão a dar os indignados efectivos do PS que, candidatando-se a uma Câmara, não podem candidatar-se ao Parlamento. E assim, perdendo eventualmente a Câmara ficam sem assento.
Outra questão é a intenção da direcção do PS de proceder a uma razia no Grupo Parlamentar, bem como no conjunto dos eleitos autárquicos, e no modo de o fazer. E nesse aspecto têm razão os candidatos que dizem que o partido mudou as regras a meio do jogo. Ou seja: convidou-os para candidatos em determinadas condições e depois alterou as condições. Só perdem a razão se as condições compreendiam alguma modalidade de artes ocultas, tratantada ou manivérsia.
Seja como for a coisa está preta e o desafio aos entendidos do PS em matéria eleitoral, designadamente aos visagistas, apresenta-se ciclópico. Já lá vão os tempos em que as campanhas se faziam com militantes e baldes de cola. Agora é assunto de profissionais.
«DE» de 7 de Julho de 2009
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1 Comments:
I Parte
A conquista do almoxarifado
neste regime demencial,
faz parte do triste fado
de uma certa cultura social.
A disputa é tal
nesse ninho partidário,
o descalabro é fatal
no socialista fadário.
II Parte
O sol tentam tapar
com uma peneira,
é uma forma de destapar
a tremenda bandalheira.
Por puro oportunismo,
apanágio dos socialistas,
tamanho é o cinismo
nestas decisões moralistas.
Esta falta de autenticidade
na política socialista,
alimenta a mendicidade
desta gente calculista.
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