A semente
Por Joaquim Letria
CONHECI EDWARD KENNEDY durante um pequeno-almoço no “Expresso” para o qual o Dr. Francisco Balsemão me convidou em 1975, a par de outros directores de jornais daquela época. Anos depois viria a reencontrar o senador em Washington e vê-lo-ia pela última vez não há muito tempo, num derradeiro encontro na biblioteca J.F.K. em Boston, lugar que ele muito apreciava e fez questão de me mostrar.
Numa fase em que para Portugal se advogavam diversos modelos políticos, desde o capitalismo de Estado soviético ou chinês à democracia representativa, passando pelo Eurocomunismo e pela jugoslava Auto Gestão, Ted Kennedy deu uma importante ajuda de influência a Frank Carlucci e ajudou a minar a linha dura de Henry Kissinger que, alegadamente, defenderia soluções drásticas para Portugal, linha essa a que também o Dr. Balsemão e os democratas originários da Ala Liberal da Acção Nacional Popular patrioticamente se opunham.
Interessante como anos depois Edward Kennedy fez em Washington o rescaldo desse curioso pequeno almoço na Rua Duques de Palmela e, como no nosso último encontro, o senador ainda não descortinava a razão de Portugal não organizar aquilo que poderia ser a nossa poderosa comunidade imigrante nos Estados Unidos. Não era por acaso que Ted Kennedy tanto se apoiava nos portugueses do Massasshussets e em Edmond Deniz…
Não chegou onde John chegou nem tentou o que Robert tentou. Morreu na cama, com extrema-unção, deixando a semente que a América verá renascer.
CONHECI EDWARD KENNEDY durante um pequeno-almoço no “Expresso” para o qual o Dr. Francisco Balsemão me convidou em 1975, a par de outros directores de jornais daquela época. Anos depois viria a reencontrar o senador em Washington e vê-lo-ia pela última vez não há muito tempo, num derradeiro encontro na biblioteca J.F.K. em Boston, lugar que ele muito apreciava e fez questão de me mostrar.
Numa fase em que para Portugal se advogavam diversos modelos políticos, desde o capitalismo de Estado soviético ou chinês à democracia representativa, passando pelo Eurocomunismo e pela jugoslava Auto Gestão, Ted Kennedy deu uma importante ajuda de influência a Frank Carlucci e ajudou a minar a linha dura de Henry Kissinger que, alegadamente, defenderia soluções drásticas para Portugal, linha essa a que também o Dr. Balsemão e os democratas originários da Ala Liberal da Acção Nacional Popular patrioticamente se opunham.
Interessante como anos depois Edward Kennedy fez em Washington o rescaldo desse curioso pequeno almoço na Rua Duques de Palmela e, como no nosso último encontro, o senador ainda não descortinava a razão de Portugal não organizar aquilo que poderia ser a nossa poderosa comunidade imigrante nos Estados Unidos. Não era por acaso que Ted Kennedy tanto se apoiava nos portugueses do Massasshussets e em Edmond Deniz…
Não chegou onde John chegou nem tentou o que Robert tentou. Morreu na cama, com extrema-unção, deixando a semente que a América verá renascer.
«24 horas» de 31 de Agosto de 2009
Etiquetas: JL
1 Comments:
A propósito da intervenção militar que Kissinger queria apadrinhar para acabar com o PREC em Portugal, recorda-se, nesta crónica de há 5 anos, no «Expresso», um acontecimento devidamente esquecido...
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Espírito de (1º de) Abril
Todos os anos, por alturas do 1º de Abril, dou comigo a matutar como é que os órgãos de comunicação social conseguem sempre arranjar petas novas. Deve haver concursos de ideias nas redacções e alguém - porventura um júri ad hoc - encarregado de escolher as melhores.
Mas, hoje em dia, há que ter em conta as partidas que os computadores pregam, pelo que pode acontecer que, devido a um qualquer vírus, uma determinada peta apareça publicada fora da data apropriada e com irritantes consequências - e se calhar foi isso o que aconteceu agora.
Refiro-me a uma notícia (ou peta?) que saiu na primeira página do «Expresso» do dia 2 de Outubro, intitulada «Socialistas querem escultura de 7 metros no Porto».
Segundo ela, um tal Sr. Janitschek, ex-secretário-geral da IS, refere o apoio dos «partidos socialistas democráticos de todo o mundo a Mário Soares no Congresso realizado no Porto em 1975».
Até aqui, tudo bem. O pior (e que tem contornos de peta) vem depois:
«O antigo 1º-ministro britânico James Callaghan assegurou pessoalmente que, se os comunistas tivessem conquistado o poder, a Grã-Bretanha teria enviado tropas para invadir o seu mais antigo aliado, a fim de garantir que Portugal não se tornaria uma quinta coluna de Moscovo na Europa Ocidental».
Assim, e relacionado com toda essa gloriosa luta, nasceu um monumento de 7 metros, em bronze e em forma de funil, que «custou cerca de um milhão de euros, foi aprovado por Willy Brant antes de morrer, e foi confirmado pelo XXII congresso da Internacional Socialista».
Querem erigi-lo na Invicta (!!) - o problema é que não sabem onde o hão-de meter! Aceitam sugestões?
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