O pregão mentiroso
Por Joaquim Letria
HOUVE UM MOMENTO em que o auto-apregoado socialismo de rosto humano se entregou à cultura da nudez. Começou em meados da década de 90, depois da derrocada dos regimes do Leste europeu. Boa parte do lodo do pântano socialista de que Guterres fugiu, começava a chegar-nos ao pescoço e a deixar-nos sem tempo. Não interessa que os governantes daquela época fossem o Blair, o Guterres e o Clinton e que mostrassem as arcas do Estado cheias do dinheiro das obras. Foi nesse período que Portugal bateu o recorde da criação de novos-ricos, tudo assente nas estruturas de betão e cimento armado, dos estádios, das estradas e das barragens.
Os políticos procuram agora convencer-nos, apregoando que vão exigir mais dinheiro a quem recebe mais. Todos sabemos que é mentira, mas o sacrificado povo adora ouvir tratar mal os menos pobres. Os ricos que paguem a crise!
Porém, todos sabemos que as lutas de classe nunca foram reguladas com justiça pelo fisco, e todos igualmente temos a consciência de que a parte de leão, que afectará a sociedade no seu conjunto, e de maneira muito especial, cairá sempre em cima dos sobreviventes das classes médias e de quem trabalha, sob a forma de aumentos de impostos directos, indirectos e novas taxas. Dito de outra maneira, vamos continuar a pagar todos. Quanto muito, talvez alguns paguem um pouco mais.
HOUVE UM MOMENTO em que o auto-apregoado socialismo de rosto humano se entregou à cultura da nudez. Começou em meados da década de 90, depois da derrocada dos regimes do Leste europeu. Boa parte do lodo do pântano socialista de que Guterres fugiu, começava a chegar-nos ao pescoço e a deixar-nos sem tempo. Não interessa que os governantes daquela época fossem o Blair, o Guterres e o Clinton e que mostrassem as arcas do Estado cheias do dinheiro das obras. Foi nesse período que Portugal bateu o recorde da criação de novos-ricos, tudo assente nas estruturas de betão e cimento armado, dos estádios, das estradas e das barragens.
Os políticos procuram agora convencer-nos, apregoando que vão exigir mais dinheiro a quem recebe mais. Todos sabemos que é mentira, mas o sacrificado povo adora ouvir tratar mal os menos pobres. Os ricos que paguem a crise!
Porém, todos sabemos que as lutas de classe nunca foram reguladas com justiça pelo fisco, e todos igualmente temos a consciência de que a parte de leão, que afectará a sociedade no seu conjunto, e de maneira muito especial, cairá sempre em cima dos sobreviventes das classes médias e de quem trabalha, sob a forma de aumentos de impostos directos, indirectos e novas taxas. Dito de outra maneira, vamos continuar a pagar todos. Quanto muito, talvez alguns paguem um pouco mais.
«24 horas» de 8 de Setembro de 2009
Etiquetas: JL
2 Comments:
Como é que podemos acreditar que os ricos vão pagar a crise, quando são (infelizmente) uma pequena franja da sociedade, que é composta maioritariamente pela classe média e baixa? Nós, os pobres coitados, vamos sempre pagar a crise e isso é uma inevitabilidade.
O problema começa pela definição de "rico".
Para o comum das pessoas, um "rico é alguém que, se quiser, pode viver confortavelmente dos rendimentos, sem trabalhar".
Para o Governo, "rico é alguém que, mesmo trabalhando por conta de outrem, ganhe mais de 5000 euros/mês".
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