24.9.09

Uma ditadura perto de nós

Por Joaquim Letria

NÃO HÁ A CERTEZA de que uma ditadura corra perigo de morte quando lhe secam as fontes de rendimento. Do que há a certeza é que um ditador vive muito mais confortavelmente com fontes de rendimento a jorrar-lhe para os bolsos.

As razões são simples. A disponibilidade de dinheiro abundante permite ao ditador subornar as elites vinculadas ao regime, anestesiar a consciência crítica de sectores importantes da sociedade e, quando há ânsia de alargar o poder para além das próprias fronteiras do regime, manter estados vassalos e comprar as respectivas consciências mais convenientes no poder.

A ausência de dinheiro e de rendimentos confortáveis aumenta a necessidade de criar e manter um estado policial mais ou menos eficiente, cujo propósito mais importante é vigiar quem está perto do poder e agitar um forte aparelho de intimidação capaz de infligir um temor paralisante em todos os sectores da população.

Todas as ditaduras fazem isto ou algo parecido, compensando a sua própria incompetência repressiva com dinheiro para comprar lealdades e financiar o populismo redistributivo. Enfim, todos nós conhecemos este fenómeno e envolventes circunstâncias, mais perto ou mais longe de nós. Mas por que razão estou eu a pensar e a escrever isto, não me dizem?!

«24 horas» de 24 de Setembro de 2009

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2 Comments:

Blogger Táxi Pluvioso said...

Mesmo os cristãos roubam e não atiram a primeira pedra.

24 de setembro de 2009 às 10:14  
Blogger (c) P.A.S. Pedro Almeida Sande said...

SEGURANÇA SOCIAL CREDÍVEL?

«A Segurança Social levantou um processo de execução fiscal contra uma empresa de Alcobaça por causa de uma dívida de um cêntimo. No entanto, a Metalcoa garantiu que não deve nada, escreve a «TSF».

A Metalcoa recebeu uma carta que classifica de absurda, onde é informada de uma dívida à Segurança Social de um cêntimo, mais juros de mora de seis euros e ainda 79 euros de custas do processo.

«Fiquei surpreendido pela dívida, já que há muito que tenho certidões da Segurança Social» e «nunca me constou uma dívida de qualquer importância», disse Manuel Canelas, responsável da empresa, citado pela «TSF», considerando que a dívida em causa deveria constar nas certidões ou numa notificação.

Em 2006, a Metalcoa teve de proceder a uma rectificação do pagamento das prestações sociais relativas a um trabalhador com o primeiro emprego, mas na altura corrigiu o valor a até pagou juros, sendo que a situação ficou resolvida.

No entanto, olhando para os tabelas dos pagamentos da empresa encontra-se um cêntimo que foi acrescentando pelos serviços em 2003 por causa dos acertos do euro e que não foi anulado, como aconteceu nos anos anteriores»

«Contactada pela TSF, a Segurança Social explicou que este um cêntimo decorre de um arredondamento do processo da regularização da dívida e que não foram pagos na altura os juros nem as custas do processo. Neste sentido, considera que este é um processo normal.A Segurança Social adiantou ainda que não pretende fazer qualquer penhora devido ao baixo valor em questão»????


A falta de credibilidade de qualquer instituição mede-se por situações como esta. E é por isto que muito do tecido económico e social definha. A falta de bom senso e a generalização naquilo que há muito na segurança social e no fisco parece uma autêntica caça à multa é aviltante e anti-democrática para os cidadãos deste país e demonstra que as reformas no sentido do respeito pelo cidadão estão por fazer. Mais do que grandes intervenções do Estado urge criar uma nova cultura no Estado.

E não digam que isto só aconteceu esta vez. É que a segurança social é useira e vezeira neste tipo de comportamentos pouco éticos e constitucionais!

24 de setembro de 2009 às 11:38  

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