14.11.09

A moderação prescreveu

Por Antunes Ferreira

FOI TEMPO EM QUE A JUSTIÇA andava de olhos vendados, numa mão segurando a balança, noutra a espada. Pelo menos, essa era a figura que a simbolizava e que mereceu de tantos criadores de Arte, as mais diversas interpretações gráficas. Sempre, porém, resumidas na trilogia: era cega, imparcial e justiceira. Ainda hoje a imagem é a mesma. Basicamente. Porque em seu redor se vêm colocando mantos. E a estátua do Eça lá está: o escritor cobre a nudez forte da verdade com o manto diáfano da fantasia. Mutatis mutandis…

Hoje, a venda ocular não resiste à venda de informações. A Senhora passa os dias a levantá-la para tentar descortinar e entender o que se passa no quotidiano. E para depois poder filtrar o que viu. Talvez até se a devesse substituir por óculos bifocais, ou, quiçá, lentes de contacto que não a desfeariam tanto. (...)

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