23.11.09

O fado a seguir ao tango

Por Joaquim Letria

VAMOS COMEÇAR O ANO que se avizinha com a intensificação da luta diplomática pelo reconhecimento universal do Fado. Queremos que o Fado emparceire com o Tango e o Flamengo e, por certo, o embaixador português junto da UNESCO, Manuel Maria Carrilho, vai deixar a nossa canção no escaparate cultural das Nações Unidas.

O que veio dar novo impulso a este desígnio nacional foi o facto de o Tango ter sido declarado Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO, premiando a pretensão conjunta da Argentina e Uruguai para esta música do Rio da Prata.

A UNESCO tem vindo a proteger o património imaterial que corresponde a práticas e conhecimentos característicos de certas culturas e que se exprimem como rituais, artes do espectáculo e festas tradicionais.

O objectivo destas classificações é proteger ou preservar práticas que possam estar ameaçadas pelo desaparecimento ou degradação. Não é esse o caso do Fado, actualmente numa onda de ressurgimento graças a um movimento espontâneo entre a juventude que se entrega ao seu canto. O tango, que nasceu em Buenos Aires e Montevideu, é hoje universal. Oxalá também o fado possa ser beneficiário desta iniciativa diplomática.
«24 horas» de 23 de Novembro de 2009

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