8.12.09

As histórias que eles contam

Por Joaquim Letria

PARA NOSSA SURPRESA, não só nos dizem que Frei Miguel Contreiras nunca existiu, como garantem que a fundação das Misericórdias é uma vigarice. Eu estou por tudo e como naquele tempo não havia polícias, que remédio temos nós senão acreditar em todas as patranhas que nos querem impingir?!

É como as escutas falsas na net. Já imaginaram que depois de dizerem isso, todas as escutas são falsas?! Quem sabe se são verdadeiras ou falsas?! Quem o pode garantir?!

Voltando ao Frei Miguel Contreiras, antes de ser apagado da história parece que já nem espanhol era e também se ignora se andou enrolado com a D. Maria. Naquele tempo, além de não haver polícias a escutarem toda a gente, também não havia imprensa cor-de-rosa. A falta que certas coisas fazem à democracia!

É evidente que vemos a rapaziada a reescrever a história. A do 25 de Abril, a de antes e depois, com biógrafos oficiais contratados para escreverem versões autorizadas. A última que se soube foi a do Sampaio. Quem vai valer ao futuro serão os historiadores. Não os de agora, que estão todos entalados nas fundações e andam atulhados de encomendas. Mas aqueles que hão-de meter a unha e mostrar a trampa por debaixo das diferentes camadas de mão das falsas tintas da História…

«24 horas» de 8 de Dezembro de 2009

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1 Comments:

Blogger Ribas said...

Muito divertido… e sério!
Fez-me logo pensar na quantidade de lacunas de que a História deve estar repleta. Sem polícias, sem investigação Criminal, sem jornais, nem jornalistas, etc.
Apenas algumas fontes escritas ou pintadas e o rumorejo dos tempos.
Qual professor José Hermano de Saraiva, a brindar-nos com uma História maravilhosa sem dúvida, mas onde por vezes, nos espanta pela minúcia do conhecimento, pela reprodução de diálogos e de estados de alma, para além do famoso: - Foi precisamente aqui e não ali ao lado!
Haveria já naquela altura sistema de videovigilância? gravadores de conversas?
Hoje com todas essas tecnologias e outras que eu próprio desconheço, mas especulo, na minha autoridade de comentador, tipo, sei lá, vigilância por satélite ou Big Brother como lhe chamam. Mesmo hoje, as incongruências são tais, que umas são a negação das outras. Somam-se atropelos de toda a ordem, mas no fim, para a História, o que vai ficar? Os tais rumorejos? apenas rumorejos, embora estes, ao contrário dos de antigamente, possam vir a ser consultados nos arquivos históricos, com expressões exactas e estados de alma captados na hora “H”.

8 de dezembro de 2009 às 13:42  

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