19.12.09

Cismo sobre o sismo

Por Antunes Ferreira

POR MAIS INCRÍVEL que pareça, não me dei conta do sismo. E estava acordado. Sem tirar nem pôr. Quando a minha mulher me chamou, agitadíssima, da nossa sala de estar, face ao tom que ela usava, larguei o que estava a fazer, ou seja, a arrumar umas coisas para a nossa viagem a Goa, e cheguei ao pé dela, ainda os copos e demais quinquilharia que ali temos tremelicavam, campainhando.

Não percebi o que se passava. E adiantei que teria sido mais uma façanha dos vizinhos de cima. Não fora; fora um terramoto. Como a Raquel não bebera sequer um copito de vinho ao jantar, nem tinha aspecto de quem delirasse, sosseguei-a dentro do possível. Ela estava, naturalmente, muitíssimo assustada. «Pareceu-me que aquela parede dançava e ia cair em cima de mim. E tu, sem teres sentido nada!...» (...)
Texto integral [aqui]

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3 Comments:

Blogger Mg said...

Muito bem!
Realmente, e vistas as coisas por essa perspectiva: por que bulas?!

19 de dezembro de 2009 às 11:41  
Blogger Ribas said...

No meu caso foi ao contrário. Eu dei pelo sismo e a minha mulher não, embora estivéssemos ambos em casa, a poucos metros um do outro. E, pensando bem, ela está mais sujeita aos diários “abanões sociais” de que fala. Por isso quando a chamei, já só viu o candeeiro a abanar. Lol

19 de dezembro de 2009 às 13:52  
Blogger R. da Cunha said...

Acordei à hora do sismo, mas não me dei conta dele, pelo que não sei se foi por causa dele que acordei.
Do de 1969, recordo-me bem: um barulho, um rugido, nas entranhas da terra, terrível, e o latido dos cães (perto existia o canil municipal). E a luz falhou, embora por poucos minutos.

19 de dezembro de 2009 às 19:16  

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