27.3.10

Bombas no Tejo, Bispos em Lisboa

Por Alice Vieira

ISTO não anda bem.
A Rosa que, nos intervalos da paixão impossível pelo Dr. António José, namora com o Alfredo, que é marçano e todos os dias carrega com as compras da mercearia até nossa casa, contou que ele lhe disse que tinham sido deitadas ao Tejo uma data de cestos cheios de bombas, daquelas que as pessoas fazem em casa.

- Se calhar alguém os avisou que tinham sido denunciados à polícia e resolveram desfazer-se delas - disse a minha mãe.
- E o Alfredo também disse que há cestos cheios delas enterrados nas hortas…
- Que perigo! – murmurou a minha mãe.
- É por isso que aos domingos nunca mais fomos passear às hortas — disse a Rosa.

A Rosa tem a tarde de domingo livre, de quinze em quinze dias, e sempre na condição de voltar para nossa casa a tempo de fazer o jantar. (...)

Texto integral [aqui]

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