6.3.10

Passatempo com prémio

A PROPÓSITO do - agora tão falado - bullying, e no seguimento das crónicas que Rui Baptista publicou no De Rerum Natura acerca desse assunto [aqui e aqui], esse blogue e o Sorumbático propõem aos seus leitores a discussão desse problema até às 24h do próximo dia 8, segunda-feira. No final, será atribuído um exemplar de um livro da colecção O Menino Nicolau (da autoria de Goscinny e Sempé) ao autor do melhor comentário.
Para evitar a dispersão de comentários, eles deverão ser afixados apenas no De Rerum Natura, no post criado para esse efeito - [aqui].

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3 Comments:

Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Embora, quem quiser, possa também comentar aqui, no Sorumbático, só serão considerados, para efeitos de prémio, os textos afixados no endereço referido (no De Rerum Natura).

NOTA: nesse blogue, os comentários são "moderados", pelo que demoram algum tempo a aparecer.

7 de março de 2010 às 12:06  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Um outro texto sobre o assunto - este da autoria de A. Gonçalves, no 'DN' de hoje:
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Os netos de Rousseau

Na crónica da semana passada, lembrei, parcialmente a brincar, que na minha infância a pancadaria entre crianças não era bullying: era um assunto a resolver pelas próprias. No DN online, diversos leitores tiveram a bondade de me acusar de defender a "força bruta" (por contraponto à força meiga?) e, nalguns casos, de me chamar "nazi" (?). Entretanto, um aluno de Mirandela chegou às manchetes nacionais porque, ao que consta, se suicidou após sofrer repetidos espancamentos.

Vamos por partes. Parte um: o que critiquei no alarme contemporâneo em volta do bullying é que, bem espremido, frequentemente o dito se resume a um fedelho que empurra o parceiro ou que lhe chama vesgo. Naturalmente, não me referia a episódios em que um bando pontapeia a cabeça de um desgraçado até o mandar para o hospital, como terá sucedido em Mirandela.

Parte dois. A histeria que, com ou sem justificação, o bullying suscita é menos a reacção legítima à respectiva existência que uma das suas causas. Ou seja, a protecção exagerada que hoje se dedica às crianças bebe na fonte da grotesca violência de que algumas são alvo. O efeito epidémico da pedagogia "moderna" levou a que potenciais agredidos e potenciais agressores se vissem erguidos a um estatuto que os desresponsabiliza pelos seus actos. Excessivamente mimadas ou largadas ao deus-dará, as crianças de agora são, literalmente, inimputáveis, o que se compreende num contexto que concorreu para abolir a disciplina da vida dos petizes. No que toca às funções que costumava desempenhar, a família desapareceu, a não ser quando irrompe aos berros na escola porque o seu rebento foi insultado pelo colega ou castigado pelo professor (uma raridade).

Parte três. Privadas de regras civilizacionais em casa e nas aulas e, consequentemente, da capacidade elementar de distinguir o bem do mal, as crianças cirandam num vazio que, no essencial, não difere da selva. E na selva, escusado dizer, não manda o mais virtuoso, mas o mais forte. Rousseau, o pai do relativismo, da tolerância e da abdicação que destruíram a educação em sentido estrito e lato, enganou-se em tudo: os selvagens não são bons, embora os selvagens de Mirandela em questão estejam a receber apoio psicológico, coitadinhos. Com Rousseau não aprendemos nada.

7 de março de 2010 às 12:08  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Quando andava no liceu, era o mais novo da turma, com as consequências habituais nesses casos...

O "assunto" só se resolveu quando, já mais crescidote (e farto de levar "porrada"...) resolvi aprender defesa pessoal!

Então, eu e outro jovem nas mesmas circunstâncias dirigimo-nos ao ATENEU, e quisemos inscrever-nos no judo. Era, no entanto, necessário comprar um quimono, e não tínhamos dinheiro para ele!

Fomos, então, encaminhados para a luta greco-romana (!), onde se podia usar uma roupa qualquer.

Nem sabíamos onde nos estávamos a meter!
Depois da primeira sessão de treino, ficámos de cama sem nos podermos mexer, com distensões em todo o corpo.

Mas, depois de recuperarmos, voltámos lá... e acabou por valer a pena: os músculos cresceram, a auto-confiança também, e nunca mais levámos "porrada" dos outros...

7 de março de 2010 às 14:40  

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