1.4.10

Ainda nos sobram timorenses

Por Joaquim Letria

PERTO DE 400 TIMORENSES, refugiados na parte ocidental da ilha desde as convulsões da independência, vão pedir asilo a Portugal.
A virem para cá, estes não serão os primeiros. Desde 2006 que Portugal já recebeu 70 pessoas nas mesmas condições, a pedido do Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados agora dirigido por António Guterres, então primeiro-ministro quando Portugal foi a placa de lançamento do processo de independência que viria a dar os recursos petrolíferos de Timor à Austrália.
Este grupo de 400 timorenses pertence ao total dos cerca de 250 mil que fugiram à violência das milícias pró-indonésias depois do referendo de 1999 e queixa-se de não dispor de alojamento nem ajuda, pelo que solicita a Portugal, um terceiro País face a Timor e à Indonésia, que utilize os seus bons ofícios para resolver a situação dramática desta gente, criada com o processo de descolonização e, posteriormente, agravada com o processo de independência. O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras tem a responsabilidade de concretizar as políticas de imigração e de aplicar a legislação em vigor. Todos os timorenses deviam caber na consciência nacional. Estes ainda sobram.
«24 horas» de1 Abr 10

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