19.4.10

Momentos

Por Joaquim Letria

O QUE TEM DE SER tem muita força! Pensemos nos sobressaltos que o vulcão islandês causou a toda a Europa, pondo os viajantes a andarem de táxi, autocarro, comboio e ao volante de carros próprios e alugados, fazendo com que Ângela Merkel dormisse inesperadamente em Lisboa, Cavaco Silva e seus convidados viajassem por estrada pela Europa central, passando por cidades que há anos não frequentavam e por outras que não pensariam visitar. Foi um incómodo? Acreditamos que sim. Foi uma despesa extra? Com certeza! Mas não deixará de ter sido uma oportunidade única e, com o tempo, a recordação duma surpresa agradável.
Irremediável só a morte! Ao fim e ao cabo, que mal me causaram viajar três meses pelo Peru e Bolívia em vez dos previstos 15 dias, andar um mês pela Amazónia em vez da anunciada semana, passar mês e meio no Iraque em vez dos 10 dias combinados, andar com os curdos sem me livrar das montanhas, ser retido por tempo indeterminado em Beirute e perder os voos de Saigão para Phnom Pen?!
Como recordo esses contratempos e de que modo se converteram em agradáveis ocasiões e com que saudades penso nelas! As saudades que esta gente vai ter das cinzas do vulcão e daquilo que a vida sempre embrulha nestas surpresas que nos armadilha!

«24 horas» de 19 Abr 10

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1 Comments:

Blogger Bartolomeu said...

alem de que... ficou assim provada a necessidade urgente do TGV.
vai que agora os vulcões se lembram de desatar para aí a cuspir cinzas e pedra-pomes... por tempo indeterminado?!
os senhores ministros e o senhor primeiro ministro, com o provável aval do senhor presidente, têm agora a oportunidade de oiro para fazer valer a sua intenção de que já tinham... (desistido).
mas têm de ser céleres a assentar os carris, não vá o degêlo dos polos vir a inundar o traçado, antes que se começe a ouvir o "pouca-terra... pouca-terra".
bah!!!
se assim fôr, tambem não ha problema... podemos sempre recorrer aos submarinos alemães... àqueles das contrapartidas...
mas que grande partida... do contra, pregou o vulcão ao senhor presidente e à comitiva...
sobretudo à comitiva, que deviam estar ansiosos de chegar a Portugal para "meter" as fábricas a laborar a todo o vapor, por forma a satisfazer as encomendas que traziam em carteira, já sinalizadas com um cheque... da república checa...
"play it again Sam"

19 de abril de 2010 às 10:42  

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