5.5.10

A nossa fúria e a nossa revolta

Por Baptista-Bastos

NÃO ME RECORDO de termos sido felizes. O 25 de Abril abriu as parangonas dos nossos testemunhos mútuos, mas a festa durou, apenas, pouco mais de ano e meio. A euforia termina sempre na indolência, outro modo de resignação. Desde que me recordo, vivi cercado pela crise, mas, também, pelos acenos dos "amanhãs que cantam." Com este ou com outro estribilho, os homens admitem o sofrimento e, às vezes, até, a abjecção das épocas, na esperança de que o futuro será melhor. Talvez eu seja um pouco tonto, talvez, ou um teimoso obstinado e caturra; porém, continuo a acreditar no surgimento de outra coisa que substitua esta selvajaria sufocante. (...)

Texto integral [aqui]

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2 Comments:

Blogger (c) P.A.S. Pedro Almeida Sande said...

E é por isto que os amanhãs que cantam nascem uma e outra vez renovados.
Afinal que estranha é esta indolência que nos demove do sentido da felicidade?

5 de maio de 2010 às 09:08  
Blogger GMaciel said...

"Resta-nos a fúria da nossa repulsa e a força imparável da nossa revolta."

Não vejo isso, sinceramente. Alguns indomáveis, sim, mas a larga maioria permanece na lassidão vinda de distantes tempos, tempos em que a abnegação se vendia como virtude... a bem da nação, do bem maior que éramos todos. Miseráveis, sim, mas resignados, assim nos tecia a ladainha da igreja e do Estado.

Qual resina, essa ideia da felicidade pela aceitação do destino ficou-nos impregnada na pele, e não há diluente que no-la arranque.

5 de maio de 2010 às 10:55  

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