Em que mundo é que esta gente vive?! - Passatempo com prémio
O LIVRO cuja capa aqui se vê é uma selecção de crónicas publicadas na revista NetNews, em que as personagens principais mostravam "algumas dificuldades" com as novas tecnologias, que apelidavam de moda, garotices, modernices ou necessidades artificiais. São, todas elas, baseadas em casos verídicos, sendo os 'heróis' pessoas como engenheiros, médicos, empresários, professores, advogados, arquitectos, generais, administradores... - todos M/F, evidentemente.Seguiram-se outros livros sobre o mesmo assunto, mas o que agora interessa é o seguinte: Dois exemplares deste serão atribuídos aos melhores comentários feitos a [esta] notícia até às 20h da próxima 2ª-feira.
Actualização (31 Ago 10 / 10h30m): o júri considera que todos os comentários feitos são muito bons. No entanto, obrigado a escolher apenas dois, decidiu-se por Batista (1.º) e 'A39060' (2.º). Ambos têm agora 24h para escreverem para medina.ribeiro@gmail.com, indicando morada para envio dos livros.
Afixado por: Carlos Medina Ribeiro às 11:29
13 Comments:
O nosso governo é um espanto. Esta notícia faz-me lembrar uma situação real, passada há poucos meses nas Caldas da Rainha: um cidadão dirigiu-se a uma repartição, com uma nota de pagamento que pretendia liquidar. E dizia-lhe a funcionária: - Isso tem que ser pago pela internet. - Pela quê?, respondia o homem. E acrescentava: - Oiça, menina, eu venho para pagar, é para pagar!... Ao que a funcionária retorquia: - Sabe, isso faz-se por computador. E voltava o homem: - Eu não tenho computador, quanto mais saber mexer num computador. E a situação parecia encrencada até que por fim o pagamento lá foi efectuado.
Isto é estranho? Pode ser, mas só para quem não conhece o nosso país e o nosso povo...
Agora, digam-me lá, como é que muitos desgraçados do rendimento social de inserção vão fazer prova de recursos através da internet?
Se já obter as provas deve, nos casos de miséria, ser difícil, fazê-lo através da rede pode tornar a coisa impossível.
É assim como se alguém deveras generoso oferecesse castanhas duras a velhinhos desdentados, sem dentaduras postiças.
Será que o objectivo é fazer com que os pedidos de subsídio diminuam drasticamente para se poder dizer que os portugueses pobres são cada vez menos?
Sei lá, há gente capaz de tudo, sempre com a "consciência tranquila", como agora é uso dizer-se.
Sócrates julga que, lá porque andou a esbanjar (sem prova de rendimentos cabal e real) na distribuição de Magalhães a todos os alunos das escola que agora já todas as famílias sabem usar e têm em casa internet... É mais um absurdo destes inteligentes de meia-tigela que só chegaram ao governo porque temos um povo que nunca aprende... Se não exige documentos, a maioria vai mentir via internet. Se o governo não têm os dados para verificar, como os vai confirmar? É uma trapalhada. isto é mesmo um caos... Um país sem rumo. Sem tino... Venha lá o Tino de Rans pois é um verdadeiro socialista que dificilmente teria ideias tão estúpidas... Que Trio de Incompetentes
Joaquim Ferreira escreve: «...a maioria vai mentir via internet».
Ora eu acho que o problema vem mais de trás: «mas o que é isso de internet?!»
Nem o meu médico gastrentrologista, nem o desmatologista, nem o urologista usam computadores.
Um deles, até perdeu os meus dados da consulta do ano passado...
Num centro de saúde, já por 2 vezes recebi prescrições erradas porque o médico mal se entendia com o sw...
Um casal meu amigo (ambas pessoas altamente qualificadas e que desempenharam importantes lugares na Função Pública, mas com mais de 75 anos) nem cartão multibanco querem ter! O marido «não admite computadores lá em casa!».
Souto Moura, ex-PGR. declarou publicamente que nunca tinha visto uma folha de Excel na vida (quanto mais lido ou trabalhado numa...).
Um casal meu amigo (ele desempregado e ela com o subsídio de 'emergência') anda agora, pela 1.ª vez, a olhar para um PC que lhe ofereci. Internet... têm uma vaga ideia do que seja.
Um outro amigo meu, desempregado com 55 anos, vem a minha casa sempre que precisa "dessas coisas". Senta-se ao pé do computador, a olhar, e comenta:
«Um dia destes, vou ter de aprender a mexer nisso...»
Etc.
O governo parece que anda à deriva. Os governantes não mandam fazer pesquisas, não consideram as estatísticas ou estas já não se fazem para questões importantes? Não foi assim há tantos anos que (se não estou em erro) Portugal era um dos países da Europa com a mais alta taxa de iliteracia informática (não falando já na outra...). E eu, tal como o Carlos, conheço algumas pessoas cujo computador é um bicho de sete cabeças. A minha médica, por exemplo. Tem um computador no seu gabinete e cada vez que o utiliza, na minha presença, é como se estivesse a brincar com um brinquedo e fica toda feliz quando consegue imprimir qualquer coisa. Escreve só com um dedo. Mas seria o menos...! O meu solicitador só no ano passado comprou um computador e há uns 5 meses quando sugeri que nos correspondêssemos por email respondeu-me que “Ainda não tinha dominado a coisa.” Não é difícil agora imaginar a dificuldade que as pessoas com poucas habilitações literárias têm. Foi burrice. Mais uma... E das grandes! Eu própria não sou um ás nesta matéria... nem nada que se pareça!
Antes de mandarem as pessoas prestarem provas do que quer que seja pela internet, os nossos governantes deveriam olhar à sua volta e ver quantas pessoas não têm acesso à internet!
Atrevo-me a dizer que um terço da população portuguesa não tem acesso à Internet! Contabilizando pessoas analfabetas (sim, ainda existem muitas, principalmente de idades avançadas), pessoas que sabem ler e escrever, mas só o essencial, como se passa com aquelas pessoas que, por exemplo, como o meu pai, que actualmente tem 55 anos e que apenas terminou a quarta classe, e as pessoas que até sabem ler e escrever bem, mas que pura e simplesmente, não podem, no meio desta crise, ter um computador!!! Existem ainda pessoas que até têm essa possibilidade, mas que pura e simplesmente não sentem a falta dele, pois nunca tiveram um, e sinceramente, nunca precisaram! Ainda por cima, para algumas pessoas de uma certa geração, é difícil adaptar-se às novas tecnologias, e para nós, que crescemos com um computador à frente, é fácil, mas para aqueles que nunca viram um aparelho destes, parece um bicho de 7 cabeças, compreensivelmente, na minha opinião!
Como querem por exemplo, por a minha avó, que nem o seu nome sabe assinar, a prestar declarações pela internet?
Simplesmente ridículo!
Mais ridículo ainda é porem as pessoas a prestar declarações desta forma, e depois os sites darem erros constantemente pois não estão, na sua maioria, preparados para receber tanta gente ao mesmo tempo, e quando até funcionam bem, depois existem funcionários responsáveis por tratar dessas informações, que também eles não sabem trabalhar com computadores!
Quem não se deparou já com uma situação semelhante? Ainda há dias estive na segurança social e a senhora que me atendeu demorava 10 segundos à procura de cada letra!
A única conclusão que posso retirar disto tudo é que os nossos governantes, para além de nos deixarem completamente sem dinheiro, querem deixar alguns portugueses completamente sem paciência!!!
Numa empresa de engenharia electrotécnica muito conhecida (!!), em 1996 ainda não havia e-mail (nem o queriam ter!).
Alguns técnicos, então, compravam 'modems' do seu bolso e usavam-nos... às escondidas!
Como, assim, era possível enviar e receber mensagens do exterior (sem passar pela hierarquia, como sucedia com faxes, cartas e telexes), imagine-se a revolução que foi para aquelas cabecinhas, onde nenhum director tinha, sequer, computador!
Primeiro-Ministro (PM)
Dona Maria (DM)
(PM) Tou? Dona Maria?
(DM) Tá lá? Quem quer falar?
(PM) É o Eng. José Sócrates, Dona Maria.
(DM) Quem? Socas? Não! Eu agora uso uma havaianas que a minha mais noba me trouxe das férias aquando veio do Brasil.
(PM) Não, Dona Maria. Sócrates. O Primeiro-Ministro.
(DM) Se já vi disso? Olhe que não, nunca tinha visto. Também foi a primeira vez que ela lá foi, pobrezinha. Só agora que começou a receber o subsidio do Goberno é que teve dinheiro e vagar para lá ir.
(PM) E pró ano que vem, já me disse que também vou. O meu subsidio parece que vem lá pra Outubro. Já não falta muito, sabe?
(PM) Não, Dona Maria. O Sócrates. O que aparece na televisão. Do PS!
(DM) O que é que me parece? Olhe senhor. São bem confortavéis. E fazem-me muito jeito quando vou fazer umas horas pras vizinhas que têm mais do que eu. Sabe.. aquelas que tem os filhos e o marido também a arreceber. Essas é que têm sorte. Mas também não está mal, que eu ainda só tenho 43 e não trabalho porque não quero descontar. Diz por aí que não vamos arreceber a reforma quando formos mais vbelhas e temos de trabalhar até aos 70! Portantos...
(PM) Oh, Dona Maria, diga-me uma coisa: você tem Internet?
(DM) Retrete? Agora já tenho que a Segurança Social pôs-me uma lá em casa. Já deu para poupar pra prestação do carro.
(PM) A senhora tem viatura?
(DM) Se a vida é dura? Oh... ó pra já não me queixo muito. Inda dá pra ir vivendo. Mas pró ano, quando arreceber vai ser melhor.
(PM) A senhora não tem um netinho?
(DM) Fresquinho? Não, não está. Só vou por o ar complicado, ou lá ó como se diz, lá pra Novembro, quando vier o primeiro cheque do Goberno. Diz que aquilo vai arrefecer a casa toda no Verão e aquecer no Inverno.
(PM) Um neto, Dona Maria, um neto! Um que tenha o Magalhães para lhe fazer a declaração..
(DM) Se aquilo vai ser bom? Oh.. eu acho que sim. Na vizinhança todos tem. Até a Gertrudes, que comprou agora o segundo Mercedes com o dinheiro da falência lá da fábrica, sabe? Ela fechou aquilo, vendeu as máquinas, ficou a dever aos empregados e agora anda à boa vida. Parece que recebe o RSI, ou lá como aquilo se chama. Eu acho que o meu vai ser igual. Só tenho de levar o presunto à Bininha da Repartição, para dar vazão aos papéis.
(PM) Dona Maria, se não fizer a prova dos rendimentos não vao receber nada e ainda lhe cortamos o da sua filha!
(DM) Pra ilha não quero. Veja na Madeira, coitadinhos, o que lá choveu átrasado. O que les baleu foi o Ronaldo que mandou pra lá dinheiro. No Brasil tem mais sol. E é pra lã que eu vou. Mas é só um mês, que parece que ódespois a gente tem que ir à Segurança Social assinar uns papéis a confirmar que é pobrezinha.
(PM) Dona Maria: a senhora não me está a perceber?
(DM) Ó senhor, eu sei que quer vender, mas tanta coisa, tanta coisa e ainda não me disse o quê! Olhe, ligue mais por alturas do Natal, que nessa altura já tenho mais vagar para lhe comprar alguma coisinha. Agora tenho de desligar, que o meu mais novo vai-me ensinar a mexer numa coisa nova que por aí anda. Parece que se chama Internet e eu tenho de aprender como se usa, porque o safado do Sócras quer obrigar toda a gente a saber trabalhar com aquilo e quem não souber, não arrecebe! Agora fia fino!
No Natal, senhor, no Natal...
(desligou)
(PM) Dona Maria!! Dona Maria?? Tá??
(pi, pi, pi...)
(qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.)
onde se lê
"(PM) E pró ano que vem, já me disse que também vou"
deve retirar-se (obviamente, até porque faz férias cá dentro) o "(PM)"
Obrigado!
quando saem os resultados deste passatempo?
Em passatempos deste género, costumo pedir a pessoas amigas que dêem a pontuação o que, quando as participações são várias e boas, demora algum tempo. Mas conto ainda hoje poder anunciar.
Como habitualmente, afixarei um pequeno 'post', a avisar.
Ok, muito obrigada!
Fico a aguardar!
Ver actualização.
Sugere-se ao leitor 'a39060' que não deixe ultrapassar o prazo indicado (24h) para reclamação do prémio...
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