Tragédia numa A25 de pacotilha
Por Manuel João Ramos
“UMA VITÓRIA CIVILIZACIONAL DO POVO PORTUGUÊS”. Assim explicava em Janeiro o Ministro da Administração Interna a “redução” do número de mortos nas estradas portuguesas, nos últimos anos. Foi um comentário que me ficou atravessado na garganta, porque sugeria uma revolução nos costumes rodoviários que não aconteceu de facto: se se morre hoje menos nas estradas portuguesas do que há dez anos é porque os consumidores-condutores do norte da Europa têm exigido dos fabricantes vias e veículos mais seguros e nós temos beneficiado com essa exigência, e porque a falta de dinheiro para a gasolina é um eficiente redutor de velocidade (primeira causa de agravamento da sinistralidade). O comentário do ministro tinha assim um duplo travo amargo: de limpeza da memória da catástrofe rodoviária, e de obliteração da responsabilidade do governo em relação a várias áreas-chave para uma efectiva redução do risco rodoviário. (...)
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Etiquetas: A25, ACA-M, ANSR, MJR, sinistralidade rodoviária
3 Comments:
Inteiramente de acordo!
No que respeita à perversa e cretina utilização dos agentes da GNR e PSP apenas para a "caça à multa", em vez do superior objectivo da "prevenção rodoviária", para o interesse de todos os cidadãos automobilizados.
De acordo ainda no que se refere à REFER e na tão urgente quanto necessária construção de uma verdadeira e rápida via férrea entre o litoral e Vilar Formoso.
E a propósito:
http://insustentavelbelezadosseres.blogspot.com/2010/07/era-uma-vez-uma-estrada-linda-de-morrer.html
A aposta em canalizar a esmagadora maioria das deslocações de pessoas e bens para a circulação rodoviária só poderá dar em cenas destas.
Por melhor que seja a estrada e a fiscalização, são milhares de veículos com um comportamento e estado de conservação aleatórios, o que aumenta o risco de acidente.
Uma boa parte destas deslocações de pessoas e bens deverá ser canalizada para um meio de transporte mais eficiente, seguro e acima de tudo com condições de circulação e segurança verdadeiramente controláveis e dependentes de um menor número de factores - é o combóio! É lamentável que no rescaldo desta tragédia pouca gente se lembre que andamos à anos a sistemáticamente reduzir a cobertura do país por linha férrea, e a diminuir o investimento no material circulante e linhas.
Ingratos!!! Já se esqueceram que nos foi prometida a obra mais emblemática da modernidade? Sim, claro, refiro-me ao super caro TGV. Que importa se tudo o resto se imiscui na grandiosidade da promessa? Que importa se tudo o resto nos remete para a mais paupérrima realidade? Vamos ter o TGV, o resto é paisagem - a abater paulatinamente, claro!
A sério? Acordem!!!
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