Descobri o Simplex
Por Alice Vieira
TENHO mais medo de entrar numa repartição de Finanças ou da Segurança Social do que no consultório do dentista.
Por isso, quando entrei na Segurança Social para pedir um documento a provar que não devo nada a ninguém, até tremia.
Tirei a senha e, oh alegria!, era a senha 35 e já iam na 14, não devia demorar muito.
Nem valia a pena sentar-me, fiquei encostada à parede a olhar para os que iam chegando, e tirando senhas, e suspirando.
Quando, hora e meia depois, ainda se continuava na senha 14, comecei a não achar graça.
Reparo então - tenho pouca prática destas coisas - numas senhas com a designação de “prioritárias”. Pergunto quais as prioridades que abrangem - mas ninguém me sabe responder. (...)
TENHO mais medo de entrar numa repartição de Finanças ou da Segurança Social do que no consultório do dentista.
Por isso, quando entrei na Segurança Social para pedir um documento a provar que não devo nada a ninguém, até tremia.
Tirei a senha e, oh alegria!, era a senha 35 e já iam na 14, não devia demorar muito.
Nem valia a pena sentar-me, fiquei encostada à parede a olhar para os que iam chegando, e tirando senhas, e suspirando.
Quando, hora e meia depois, ainda se continuava na senha 14, comecei a não achar graça.
Reparo então - tenho pouca prática destas coisas - numas senhas com a designação de “prioritárias”. Pergunto quais as prioridades que abrangem - mas ninguém me sabe responder. (...)
Texto integral [aqui]
Etiquetas: AV
3 Comments:
Das últimas vezes que fui à S. Social, na Av. Afonso Costa, só davam senhas até às 11h da manhã, porque isso correspondia a ser atendido por volta das 17h!
Como dizia um alemão de uma empresa com que trabalhei:
«Já percebi que vocês, em Portugal, não dão valor ao tempo perdido»
Pois Alice Vieira. O país está cheio de simplexes. Então não é que há pouco tempo, para obter um atestado médico que era de lei levar à direcção geral de viação, tive que ir quatro vezes, uma delas de manhã muito cedo, para "apanhar vez", ao centro de saúde, onde há um médico que é o médico da minha família?
Por isso senti-me estranho quando o ex-Presidente Sampaio disse um dia destes na TV, que estamos tão bem em matéria de saúde que não há comparação entre agora e há muitas décadas atrás. Pudera, olha se houvesse! Ele há cada comparação! De resto, para pessoas na situação sócio-económica dele a afirmação seria sempre verdadeira. Felizmente.
Parece-me que Alice Vieira, pouco aprendeu com a filosofia temporal da palmeira e do Mohamede do seu "Promontório da Lua"...
«É preciso descançar o coração» e não deixar perder de vista o Promontório da Lua!
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