21.10.10

No início da década de sessenta, ali na Covilhã

Por C. Barroco Esperança

NÃO SEI como era a Covilhã em 1186, elevada a vila por foral de D. Sancho I, nem em 1763 quando o Marquês de Pombal ali criou a Real Fábrica de Panos que havia de lhe traçar o perfil industrial e torná-la um local de misérias e grandezas conforme as crises cíclicas a que ficou condenada. Das grandezas fruíam os industriais que, duas gerações depois, abriam falência enquanto outros surgiam para recomeçar o ciclo. Das misérias foram vítimas gerações de assalariados que ora fugiam das aldeias em busca do magro salário na indústria, ora regressavam à fome e às courelas em Boidobra, Peraboa, Ferro, Verdelhos, Orjais, Canhoso, Cortes, Teixoso ou Casegas. (...)

Texto integral [aqui]

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2 Comments:

Blogger Bartolomeu said...

Excelente texto, etnografico, a fazer recordar que a suprema ideologia é aquela que nasce na raíz do ser e se lhe torna seiva.

21 de outubro de 2010 às 09:32  
Blogger GMaciel said...

Outros tempos, CBE, outros tempos.

Atrevo-me a dizer que alguns, poucos, homens fazem a História, enquanto a História faz os restantes homens. A Covilhã de ontem nada tem a ver com a Covilhã de hoje, a mesma que recebeu em festa um dos coveiros deste pobre país de velha canga e nova arreata.

Que povo é este que se atreve a esquecer a História? Que povo é este que tão mansamente se entrega aos seus algozes num desatino sebastianista que o não deixa ver a Ara para onde o levam?

Outros tempos, esses que narra CBE, outros tempos.

21 de outubro de 2010 às 11:30  

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