Para lá do resgate
Por Joaquim Letria
MÁRIO Sepúlveda foi o segundo a sair do horroroso pesadelo que engolira os 33 mineiros numa mina no Chile 69 dias antes, a uma profundidade de 700 metros. Extrovertido, exuberante, Sepúlveda foi de todos o que mais impressionou pela pureza do raciocínio e por acreditar em alguma coisa para além do resgate que comoveu o mundo entre terça e quinta-feira desta semana.
-Agora, por favor, não nos tratem como se fôssemos artistas ou jornalistas, tratem-me como mineiro, sou mineiro e morrerei mineiro - pediu o entroncado e sorridente mineiro aos mais de mil repórteres que registavam as suas palavras à saída da cápsula que o trouxera das profundezas, acrescentando:
-As leis e as condições laborais têm de mudar!
Após as trevas, as luzes da ribalta e certos misteres equívocos não fazem sentido para este mineiro e filho de mineiro de 40 anos de idade, que sempre acreditou no momento único de felicidade a que o mundo assistiu. Quanto ao desejo de melhores condições de vida e de trabalho a partir de agora, também comove haver quem ainda acredite e valorize o trabalho do homem. Infelizmente, tanta esperança só parece existir na cabeça de quem esteve tantos meses enterrado vivo.
-Agora, por favor, não nos tratem como se fôssemos artistas ou jornalistas, tratem-me como mineiro, sou mineiro e morrerei mineiro - pediu o entroncado e sorridente mineiro aos mais de mil repórteres que registavam as suas palavras à saída da cápsula que o trouxera das profundezas, acrescentando:
-As leis e as condições laborais têm de mudar!
Após as trevas, as luzes da ribalta e certos misteres equívocos não fazem sentido para este mineiro e filho de mineiro de 40 anos de idade, que sempre acreditou no momento único de felicidade a que o mundo assistiu. Quanto ao desejo de melhores condições de vida e de trabalho a partir de agora, também comove haver quem ainda acredite e valorize o trabalho do homem. Infelizmente, tanta esperança só parece existir na cabeça de quem esteve tantos meses enterrado vivo.
Etiquetas: JL
3 Comments:
Concordo! Principalmente com a última frase, que faz todo o sentido.
Veremos o que sucede quando este espectáculo mediático terminar...
A cobertura jornalística deste evento mediático, excessiva e voyeurista, o aparecimento de Obama a querer também ele partilhar das luzes da ribalta, mostram no uqe se transformou o mundo pela mão do jornalismo - um imenso Big Brother!
Para lá do resgate, caro Letria, existirá o esquecimento ou adormecimento depois da exploração destes homens por tudo o que é comunicação social e marketing, seja político ou outro.
A História diz-nos que o Homem não aprende com os seus erros, antes os repete ciclicamente.
abraço
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