20.11.10

Têm aí um discurso para ele ler?!

Por Joaquim Letria

CONFESSEM que têm todas as razões para terem saudades de Mário Lino à frente das Obras Públicas. Falava bem Francês, é engenheiro de verdade, mudou da Ota para Alcochete como quem muda de camisa, soltou o apaixonante “jamé” (jamais) quando recusou o futuro aeroporto no deserto da margem sul. E foi sempre original!

Este ministro de agora supõe-se que seja engenheiro, tem um nome fácil de esquecer – Monteiro, ou Nogueira, salvo erro – e há-de ir-se embora sem ninguém dar por isso, sem TGV nem aeroporto. Mas o seu anonimato é uma injustiça depois do que fez [hoje]: conseguiu ler o discurso que o seu secretário de Estado já tinha pronunciado na mesma cerimónia duma reunião qualquer.

Confessem que para engenheiro, político e autor da confusão das SCUTs, que pôs a Espanha a rir e deixou turistas com carros de aluguer a jurar que a Portugal não voltam, o cavalheiro não está nada mal. São habilidades destas que os fazem dar nas vistas e ficar no mapa. Podem ser facilmente encontrados pelo GPS nos caminhos da incompetência e da pouca vergonha.

Enquanto este governo durar, estes ministros podiam ler sempre o mesmo discurso. E podia ser este das Obras Públicas. Ou acham que alguém ouve o que eles dizem?!

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2 Comments:

Blogger GMaciel said...

Meu caro Joaquim Letria, eu já nem os oiço pelo que, confesso, perdi a reprise do chefe - que, creio, se chama Mendonça, mas não aposto consigo - isto se foi pública.

Mas, volto a confessar sem necessidade de tortura, sabê-la por si, com o seu humor e ironia, é muito melhor.

abraço

20 de novembro de 2010 às 22:25  
Blogger José Batista said...

Ele havia um Lino, sim, havia...
Um homem de percurso e convicções.
E de TGVs e de Aeroportos...
Havia e foi-se.
Como hão-de ir Monteiros ou Nogueiras ou Mendonças ou lá o que se lhes chame.
E nós não perderemos por isso.
Mas daremos pelo prejuízo que (nos) vão causando. E que teremos que pagar.
É uma pena, uma imensa pena, o facto de a avó deles ter nascido.
E logo engenheiros, uns, e quase engenheiros, outros. Que coisa, já não nos bastava a degradação da "classe" dos professores...

20 de novembro de 2010 às 23:53  

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