8.12.10

Como de costume também não percebem nada

Por Helena Matos

OS DIRIGENTES do PSD, claro. Quando Passos Coelho propôs, há menos de meio ano, incluir na revisão constitucional a questão do despedimento levantou-se uma onda de indignação nacional que acabou, como de costume, com o PSD à defesa e a desdizer-se. Pois agora Sócrates propõe-se mexer na legislação laboral e chama-lhe agenda para o crescimento. Não vai haver onda alguma. O PSD ainda vai ter de ouvir o PCP e o BE a clamarem contra a agenda de direita do PS que, à semelhança dos pecadores, pode sempre arrepender-se e reabilitar-se optando, quando lhe der jeito, por uma agenda de esquerda. Enfim, é a vida!
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In «Blasfémias». NOTA (CMR): este texto vem no seguimento da notícia que consta em todos os media de hoje. Uma boa análise é a que faz o «JN» - ver [aqui].

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3 Comments:

Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Ainda recentemente, quando Passos Coelho reclamou alguns cortes no O.E., o PS fez um grande berreiro acusando o PSD (e com alguma razão) de querer dar machadadas no "Estado Social".
Com isso, o PS subiu de imediato nas sondagens e o PSD desceu.
Logo a seguir, no entanto, foi o próprio PS quem desatou a fazer aquilo de que acusava o opositor.

Parafraseando Clinton: «É a política, estúpido!»

8 de dezembro de 2010 às 15:16  
Blogger GMaciel said...

Infelizmente, ainda há quem ande cego à procura da rolha.

Mas desde quando Sócrates falou verdade aos portugueses? Será que não se entendeu já que ele diz uma coisa e faz o seu contrário??? Se ele afirma que não vai liberalizar o despedimento é porque o vai fazer, ponto final parágrafo. Aliás, todos os "recados", internos e externos, vão nesse sentido.

Cá por casa já sabemos como as coisas mordem, de cada vez que ele vem dizer que vai fazer ou, pior, não vai fazer, já por cá há um coro que diz de imediato: pronto, estamos tramados.

E desculpem o mau jeito, mas pelo que vou ouvindo e lendo, este povo merece mesmo toda a porcaria que aí vem. Lamentavelmente, os que estão acordados também vão comer pela medida grossa sem terem contribuído para esta porcaria com M maiúsculo.

8 de dezembro de 2010 às 17:51  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

O problema da verdade e da mentira está muito relacionado com as expectativas dos destinatários do discurso. «Facilmente cremos quando queremos», é um provérbio latino muito antigo...

Ainda há algum tempo, quando o Benfica estava pelas ruas da amargura, eu tive de ouvir vários fanáticos do clube a garantirem que o "Glorioso" era (e continuava a ser) o melhor do mundo (e arredores...). O facto de a realidade ser exactamente a oposta em nada os preocupava.

8 de dezembro de 2010 às 19:49  

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