Baixar o tom é um bom método
Por Ferreira Fernandes
NÃO OUVIRAM o espanto da sr.ª Merkel? Não, não digo as palavras - essas são para a propaganda dos socialistas que ontem, naturalmente, se fartaram de lembrar a classificação de "apropriado" e "corajoso" que a chanceler alemã emprestou ao PEC IV de José Sócrates. Mas mais do que as palavras, deveríamos dar-nos conta do espanto dos líderes europeus pelo psicodrama político em que Portugal se envolveu. Eles estavam convencidos de que quem não tem dinheiro não tem vícios, e esperavam que a solução que fora acordada com eles não seria adiada.
Vou ofender: eles sentiram-se como a boa dona de casa que vê o mendigo rejeitar uma sandes de presunto porque entretanto ele tinha de discutir umas coisas com os colegas. Daí Angela Merkel, que representou a União Europeia nos contactos com Portugal, ter sentido a necessidade de gabar veemente o PEC IV... Os socialistas passaram o dia a sublinhar os elogios que ela teria feito a José Sócrates. Propaganda legítima, mas pouco importante comparando-se com outra ilação a tirar do episódio. Afinal, aquele PEC insuportável e irresponsável, como disseram (e votaram) o PSD e CDS, é o certo e inevitável para a correligionária deles, a sr.ª Merkel.
Pergunto: não teria sido possível, cá em casa, poupar no "tremendismo" da discussão política? A pergunta é também para o PS: o ministro da Defesa não podia não ter chamado "desertor" a quem não concordava com o tal PEC?
«DN» de 25 Mar 11NÃO OUVIRAM o espanto da sr.ª Merkel? Não, não digo as palavras - essas são para a propaganda dos socialistas que ontem, naturalmente, se fartaram de lembrar a classificação de "apropriado" e "corajoso" que a chanceler alemã emprestou ao PEC IV de José Sócrates. Mas mais do que as palavras, deveríamos dar-nos conta do espanto dos líderes europeus pelo psicodrama político em que Portugal se envolveu. Eles estavam convencidos de que quem não tem dinheiro não tem vícios, e esperavam que a solução que fora acordada com eles não seria adiada.
Vou ofender: eles sentiram-se como a boa dona de casa que vê o mendigo rejeitar uma sandes de presunto porque entretanto ele tinha de discutir umas coisas com os colegas. Daí Angela Merkel, que representou a União Europeia nos contactos com Portugal, ter sentido a necessidade de gabar veemente o PEC IV... Os socialistas passaram o dia a sublinhar os elogios que ela teria feito a José Sócrates. Propaganda legítima, mas pouco importante comparando-se com outra ilação a tirar do episódio. Afinal, aquele PEC insuportável e irresponsável, como disseram (e votaram) o PSD e CDS, é o certo e inevitável para a correligionária deles, a sr.ª Merkel.
Pergunto: não teria sido possível, cá em casa, poupar no "tremendismo" da discussão política? A pergunta é também para o PS: o ministro da Defesa não podia não ter chamado "desertor" a quem não concordava com o tal PEC?
Etiquetas: autor convidado, F.F
1 Comments:
Quase me apetece gritar:
- O Sócrates que vá à Merkel.
Que bem podia ficar com ele. Para sempre.
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