Dilema
Por João Paulo Guerra
O PRIMEIRO-MINISTRO e líder do PS surge aos olhos dos portugueses como um sempre-em-pé, o boneco de madeira que oscila, quase tomba, mas regressa à vertical sem sequer tocar o chão. Ao cabo de mandato e meio, não caiu com o Freeport nem com as escutas do Face Oculta, escapou ao caso da tentativa de compra e manipulação da TVI, aguentou-se no balanço nos casos da licenciatura e dos projectos de engenharia, sobreviveu à cooperação estratégica com Belém. Pode não gostar-se do homem mas tem que se lhe reconhecer habilidade. E ei-lo de volta à superfície nas sondagens que já o davam por morto e enterrado, recuperando terreno e chegando-se ao mais directo rival.
Neste caso, porém, a recuperação do sempre-em-pé tem muito a ver com o desequilíbrio do rival, o que, aliás, é sina do PSD. O PSD passa os anos de abstinência do poder em questiúnculas internas e ao ser chamado para a luta pelo poder é apanhado em contra-pé. Mesmo quando, como foi o caso de Durão Barroso, ganhou as eleições à tangente sobre um PS em fuga e destroçado. No caso do actual líder, estaremos perante aqueles casos de candidatos a políticos que perdem intenções de voto cada vez que abrem a boca. Uma coisa é ter chegado à liderança da Jota, ou ter sido levado à liderança do partido. Diferente é apresentar-se ao eleitorado, mostrar ideias para o País fora do cardápio dos lugares comuns que não levaram nem levam a nada, exibir alguma desenvoltura intelectual e política. O resultado está à vista: o PS foi ultrapassado nas sondagens em Junho de 2010, três meses após a chegada do líder do PSD ao poder; desde que o líder começou a aparecer com mais regularidade e a falar-se de eleições, o PS iniciou a recuperação.
E os portugueses estão neste pé: escolher entre o habilidoso e o outro.
«DE» de 11 Mai 11O PRIMEIRO-MINISTRO e líder do PS surge aos olhos dos portugueses como um sempre-em-pé, o boneco de madeira que oscila, quase tomba, mas regressa à vertical sem sequer tocar o chão. Ao cabo de mandato e meio, não caiu com o Freeport nem com as escutas do Face Oculta, escapou ao caso da tentativa de compra e manipulação da TVI, aguentou-se no balanço nos casos da licenciatura e dos projectos de engenharia, sobreviveu à cooperação estratégica com Belém. Pode não gostar-se do homem mas tem que se lhe reconhecer habilidade. E ei-lo de volta à superfície nas sondagens que já o davam por morto e enterrado, recuperando terreno e chegando-se ao mais directo rival.
Neste caso, porém, a recuperação do sempre-em-pé tem muito a ver com o desequilíbrio do rival, o que, aliás, é sina do PSD. O PSD passa os anos de abstinência do poder em questiúnculas internas e ao ser chamado para a luta pelo poder é apanhado em contra-pé. Mesmo quando, como foi o caso de Durão Barroso, ganhou as eleições à tangente sobre um PS em fuga e destroçado. No caso do actual líder, estaremos perante aqueles casos de candidatos a políticos que perdem intenções de voto cada vez que abrem a boca. Uma coisa é ter chegado à liderança da Jota, ou ter sido levado à liderança do partido. Diferente é apresentar-se ao eleitorado, mostrar ideias para o País fora do cardápio dos lugares comuns que não levaram nem levam a nada, exibir alguma desenvoltura intelectual e política. O resultado está à vista: o PS foi ultrapassado nas sondagens em Junho de 2010, três meses após a chegada do líder do PSD ao poder; desde que o líder começou a aparecer com mais regularidade e a falar-se de eleições, o PS iniciou a recuperação.
E os portugueses estão neste pé: escolher entre o habilidoso e o outro.
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