14.6.11

O filho do Homem Novo

Por Helena Matos

ERA UMA VEZ um casal que teve um filho cujo sexo resolveram não revelar. Dizem que assim a criança será livre de escolher o sexo que quiser. Infelizmente isto não é o princípio de um romance, mas sim o resumo de um caso real sucedido este ano, no Canadá.

Kathy Witterick e David Stocker, assim se chamam os pais da criança, não estão a fazer nada de novo. A História está cheia de tentativas de criar crianças libertas dos padrões tidos como atávicos e convencionais da família. A lista destas experiências é longa e, sem nos afastarmos geograficamente muito, inclui desde as crianças biologicamente perfeitas dos nazis ao afastamento das crianças das respectivas famílias nos primeiros anos da URSS, passando pelas políticas de roubo de crianças às mães espanholas para as entregar primeiro a famílias politicamente adequadas e depois socialmente mais abonadas, ou ainda pelos jardins-de-infância revolucionários da Europa dos anos 70 onde, à semelhança do que sucedeu em várias comunidades hippies, oficialmente não existia autoridade e a pedofilia era muitas vezes vista como um preconceito a combater e não como um crime. (...)
Texto integral [aqui]

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1 Comments:

Blogger Teófilo M. said...

Achei o título interessante, mas quando comecei a ler o texto dei por mim à procura do filho do tal Homem Novo que se anunciava e nada!
Adquiri no entanto novos conhecimentos, como por exemplo que os nazis quereriam criar crianças biologicamente perfeitas (eu pensava que eram racicamente puras); que a entrega de crianças espanholas roubadas às famílias republicanas e entregues a famílias simpatizantes da Falange, não foi feita apenas por motivos políticos e maldade, mas antes uma tentativa de as libertar de padrões tidos como atávicos e convencionais da família! Depois, como é geralmente hábito da autora, generaliza o que sucedeu durante os anos 60/70 por essa Europa fora, com a cultura hippie e a chamada revolução sexual, esquecendo talvez que os hippies provinham das camadas mais burguesas da sociedade, que a sua revolução era apenas a revolta perante um sistema de falsos moralismos, onde predominava uma forte critica do nuclear, a defesa do ambiente e o combate ao paternalismo serôdio.
Finalmente, e a propósito de identidade, parecendo que sabe do que fala, parte para um ataque ao direito de adopção por parte de casais homossexuais, esquecendo talvez as crianças que são criados por duas pessoas do mesmo sexo, que sendo hetero, parece não a preocuparem grandemente.
A identidade é apenas um conjunto de características a que se convencionou chamar um nome. Tentar partir daí para o tipo de axioma a que pretendeu chegar é, no mínimo, abusivo.

15 de junho de 2011 às 13:09  

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