21.12.11

Novo ciclo: a incerteza

Por António Barreto

COMO quase sempre na vida, os ciclos terminam antes que as pessoas se dêem conta. Algures em meados da década de noventa, os tempos da fartura e da prosperidade tinham acabado. Desde então, o crescimento estagnou, primeiro, desceu para níveis negativos, depois. Iniciou-se então uma época “entre ciclos”, durante a qual se mantiveram as ilusões e a euforia, agora condimentada com doses inultrapassáveis de demagogia. Vivia-se como se tudo fosse ainda possível, como se os cofres do Estado, das empresas e das famílias estivessem recheados. Como se ainda houvesse agricultura, floresta, pescas e indústria. Como se o investimento estrangeiro continuasse a procurar a nossa economia. Em poucas palavras, como se progresso interminável estivesse garantido. O Estado prometia e pagava. As famílias gastavam. A banca aproveitava. As empresas endividavam-se. O financiamento externo não cessava. Os avisos que alguns deram não tinham sequer eco, foram considerados sinais de senilidade e pessimismo. O futuro continuava radioso. (...)
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1 Comments:

Blogger José Batista said...

Convenhamos que os "avisos que alguns deram", e poucos foram os que os deram com a ênfase devida, caso de Medina Carreira, "não tinham sequer eco" na pena dos que estiveram sempre na ribalta da opinião, preenchendo semanalmente fartos espaços nos jornais e dilatados tempos nas pantalhas televisivas.
Não sei se era por falta de lucidez se era por falta de coragem...
Tomáramos que o que escrevem e dizem agora fosse tão válido como os assuntos com que se ocuparam então. Porém agora estão certos, como todos nós sabemos, e dispensamos que nos digam.
E o maior responsável, nesta matéria, parece-me ser o senhor presidente da república.
Seguido pelas luminárias que nada previram, mas que "tão bem" souberam tratar da sua vidinha.

21 de dezembro de 2011 às 19:12  

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