Insustentável
Por João Paulo Guerra
QUATRO dias depois de ter promulgado o Orçamento do Estado para 2012 sem qualquer reticência ou adversativo - e sem sequer pedir a fiscalização da constitucionalidade do documento -, o chefe de Estado fez um dramático discurso de ano novo, alertando para a ameaça de a situação social poder tornar-se “insustentável” ou mesmo “explosiva”.
No mesmo dia em que Cavaco Silva se dirigia aos portugueses, a situação das famílias mergulhava numa espiral louca de aumentos de preços e de impostos. O aumento do IVA fazia subir os preços de todos os bens e serviços, ao mesmo tempo que disparavam à desfilada os custos da saúde, da eletricidade, das portagens, das comunicações, e enquanto se perfilam para breve agravamentos dos preços das rendas de casa e dos transportes.
Este disparo dos preços, com salários e pensões reduzidos ou congelados e num cenário de desemprego a galope, faz parte de uma política premeditada e anunciada com vista ao empobrecimento dos portugueses. Não é surpresa e obedece à única estratégia do poder político para enfrentar a chamada crise, sem qualquer correspondência ou contrapartida com vista ao crescimento da economia e à criação de emprego. O discurso do chefe de Estado só tem, nesta conjuntura, a surpresa da surpreendente constatação do óbvio: a falta de "sensibilidade" da política do Executivo abrirá possivelmente caminho a que a "situação social" possa "tornar-se insustentável".
De maneira que a grande preocupação do chefe de Estado não é tanto a vida de tremendas dificuldades que aguarda a vasta maioria da população, ameaçada com miséria iminente, mas o perigo de a situação social, tornando-se "insustentável", se tornar "explosiva". A próxima preocupação do chefe de Estado será a explosão.
«DE» de 3 Jan 12QUATRO dias depois de ter promulgado o Orçamento do Estado para 2012 sem qualquer reticência ou adversativo - e sem sequer pedir a fiscalização da constitucionalidade do documento -, o chefe de Estado fez um dramático discurso de ano novo, alertando para a ameaça de a situação social poder tornar-se “insustentável” ou mesmo “explosiva”.
No mesmo dia em que Cavaco Silva se dirigia aos portugueses, a situação das famílias mergulhava numa espiral louca de aumentos de preços e de impostos. O aumento do IVA fazia subir os preços de todos os bens e serviços, ao mesmo tempo que disparavam à desfilada os custos da saúde, da eletricidade, das portagens, das comunicações, e enquanto se perfilam para breve agravamentos dos preços das rendas de casa e dos transportes.
Este disparo dos preços, com salários e pensões reduzidos ou congelados e num cenário de desemprego a galope, faz parte de uma política premeditada e anunciada com vista ao empobrecimento dos portugueses. Não é surpresa e obedece à única estratégia do poder político para enfrentar a chamada crise, sem qualquer correspondência ou contrapartida com vista ao crescimento da economia e à criação de emprego. O discurso do chefe de Estado só tem, nesta conjuntura, a surpresa da surpreendente constatação do óbvio: a falta de "sensibilidade" da política do Executivo abrirá possivelmente caminho a que a "situação social" possa "tornar-se insustentável".
De maneira que a grande preocupação do chefe de Estado não é tanto a vida de tremendas dificuldades que aguarda a vasta maioria da população, ameaçada com miséria iminente, mas o perigo de a situação social, tornando-se "insustentável", se tornar "explosiva". A próxima preocupação do chefe de Estado será a explosão.
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1 Comments:
«A próxima preocupação do chefe de Estado será a explosão»
Ou o ver desaparecer os seus rendimentos de uma vida de trabalho e sacrifício.
Ver cessar a/s sua/s pensão/ões de reforma, passar a receber pelo Cargo.
Ele e a elite de reformados no activo.
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