"Integrar", dizem eles
Por Manuel António Pina
TODOS os anos por esta altura abre a época da boçalidade, da violência, da obscenidade e do coma alcoólico com o objectivo de "integrar" os novos alunos das universidades e institutos superiores que por aí pululam. Com a condescendência da generalidade das autoridades universitárias, é por estes dias autorizado a autointitulados "doutores" dar largas aos seus piores (admitindo que tenham melhores) instintos e frustrações sobre os jovens caloiros, assim se indo integrando, também eles, no género de país rasca (e, com raras excepções, a Universidade é hoje o espelho desse país) que vamos sendo.
E todos os anos se repetem as notícias de abusos e agressões; e todos os anos a maior parte dos reitores assobia para o lado como se não fosse nada consigo, apesar de o Ministério há muito ter pedido a sua "melhor colaboração (...) no sentido do combate a praxes que, embora afirmando uma intenção de integração dos novos alunos, mais não são que práticas de humilhação e de agressão física e psicológica".
A primeira notícia deste ano é a da agressão à cabeçada e à chapada por "um doutor de Coimbra, meu Deus!" de duas jovens que recusaram ser praxadas e foram parar ao hospital. O "doutor" é aluno do 3.º ano de Ciências da Educação (o seu nome já circula nas redes sociais) e em breve ascenderá à elevada dignidade de "licenciado à Bolonhesa" e estará preparado para "educar" os nossos filhos. À cabeçada e à chapada.
«JN» de 3 Abr 12TODOS os anos por esta altura abre a época da boçalidade, da violência, da obscenidade e do coma alcoólico com o objectivo de "integrar" os novos alunos das universidades e institutos superiores que por aí pululam. Com a condescendência da generalidade das autoridades universitárias, é por estes dias autorizado a autointitulados "doutores" dar largas aos seus piores (admitindo que tenham melhores) instintos e frustrações sobre os jovens caloiros, assim se indo integrando, também eles, no género de país rasca (e, com raras excepções, a Universidade é hoje o espelho desse país) que vamos sendo.
E todos os anos se repetem as notícias de abusos e agressões; e todos os anos a maior parte dos reitores assobia para o lado como se não fosse nada consigo, apesar de o Ministério há muito ter pedido a sua "melhor colaboração (...) no sentido do combate a praxes que, embora afirmando uma intenção de integração dos novos alunos, mais não são que práticas de humilhação e de agressão física e psicológica".
A primeira notícia deste ano é a da agressão à cabeçada e à chapada por "um doutor de Coimbra, meu Deus!" de duas jovens que recusaram ser praxadas e foram parar ao hospital. O "doutor" é aluno do 3.º ano de Ciências da Educação (o seu nome já circula nas redes sociais) e em breve ascenderá à elevada dignidade de "licenciado à Bolonhesa" e estará preparado para "educar" os nossos filhos. À cabeçada e à chapada.
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4 Comments:
Aos reitores das universidades portuguesas (mas que reitores!, mas que universidades!) já eu chamei, por este motivo, cobardes e cagarolas mais que uma vez.
Mas estes comportamentos exercem um fascínio incrível sobre a malta do ensino secundário, que os acha extraordinários.
Nas minhas aulas, em especial perante alunos do 12º ano (pré-universitários, portanto), sempre que vem a propósito chamo-lhes comportamentos nazis e atos criminosos. E afirmo que nenhum aluno tem que os aceitar nem sequer tem que declarar que não pratica barbaridades com que não quer incomodar nem ser incomodado... E os alunos olham-me como se eu fosse um extraterrestre. Da última vez falei-lhes também de liberdade, e da licença que só em 1973 foi extinta para as pessoas poderem ter um ...isqueiro! Mas eles não percebem nem sabem o que foi isso de não ter liberdade, nem vêem as aberrações praxistas como ofensas à dignidade e integridade das pessoas nem como atentados à liberdade.
Nisto, e noutros assuntos, aquele ocultismo a que têm chamado "ciências da educação" (mas que "ciências"!, mas que educação!) tem uma responsabilidade criminosa: contribuiu alegremente para fazer da escola uma bandalheira, em conformidade com a bandalheira mais geral que grassa na sociedade portuguesa. Alguém lhe chamou "eduquês". Mas não era exagero se se lhe chamasse "porcalhês".
Caro J. Batista,
Espero não me ter enganado...
Em baixo, junto à data-hora do comentário, aparece (só visível para o seu autor e para o webmaster) um ícone de um caixote do lixo.
Basta clicar nele e confirmar.
Caro C. Medina Ribeiro.
Muito obrigado. Não se enganou.
O procedimento que recomenda foi o que tentei fazer mas, ou é da minha maquineta, já velhinha, ou das minhas mãos (ou de ambas as coisas), não estava a conseguir. Vamos ver se daqui a uns tempos já consigo apagar este...
Caro J. Batista,
Também já me tem acontecido querer apagar comentários meus e não conseguir na altura. Devem ser caprichos do "Blogger"; o melhor é não ligar...
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