Porta Nova (4)
Por A. M. Galopim de Carvalho
ACIMA da bomba de gasolina do Pimentel ficava a barbearia do Marcolino que me cortava o cabelo, uma tortura que tinha de cumprir de tempos a tempos, fazendo-me toda a sorte de «judiarias» que lhe passassem pela cabeça, enquanto me ralhava por eu não estar quieto. Para que eu ganhasse altura, colocava ele uma cadeirinha especialmente adaptada à cadeira dos crescidos, concebida para servir às crianças, aparato que muito me desagradava, num sentimento de vergonha não confessado. Nesses momentos só queria que nenhum colega da escola me visse ali naquele pedestal, envolto na toalha branca do barbeiro. (...)
Texto integral [aqui]ACIMA da bomba de gasolina do Pimentel ficava a barbearia do Marcolino que me cortava o cabelo, uma tortura que tinha de cumprir de tempos a tempos, fazendo-me toda a sorte de «judiarias» que lhe passassem pela cabeça, enquanto me ralhava por eu não estar quieto. Para que eu ganhasse altura, colocava ele uma cadeirinha especialmente adaptada à cadeira dos crescidos, concebida para servir às crianças, aparato que muito me desagradava, num sentimento de vergonha não confessado. Nesses momentos só queria que nenhum colega da escola me visse ali naquele pedestal, envolto na toalha branca do barbeiro. (...)
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1 Comments:
Professor Galopim de Carvalho
A utilização do termo judiarias, no sentido que lhe é dado, mesmo entre comas, pode causar-lhe problemas com o estado de Israel.
Será que também vestiu a farda da Mocidade Portuguesa, como o Gunter Grass a das juventudes hitlerianas ou das SS?
No melhor pano cai a nódoa.
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