16.10.12

A dúvida razoável

Por Joaquim Letria

GOSTEI muito da entrevista do deputado Paulo Campos a José Gomes Ferreira, na SIC Notícias. Primeiro, porque Gomes Ferreira está no top dos nossos melhores entrevistadores de TV. Segundo, porque o actual deputado do PS e antigo secretário de Estado das Obras Públicas de Sócrates revelou uma preparação, uma segurança emocional e uma frieza capazes de estabelecerem, nos leigos, uma dúvida razoável. A verdade é que a entrevista acabou e os contratos das parcerias público–privadas (PPP) assinados pelo Governo de Sócrates permanecem um mistério.

Paulo Campos não só garante que todos os documentos tinham sido visados pelo TC, como lembra que estes não foram só assinados por si, modesto secretário de Estado das Obras Públicas. O Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, o seu ministro Mário Lino, o Conselho de Ministros, na sua totalidade e até o Presidente da República Cavaco Silva, o último a assinar, foram o crivo por onde passaram os controversos documentos que nos fazem pagar os olhos da cara.

Paulo Campos só teve um deslize, ao pecar por excesso. Aquela dele, aos 47 anos, deputado da Nação, ser sustentado pelos papás é excessiva! Não tinha necessidade, principalmente depois de nos recordar que se tivesse roubado não teria roubado sozinho!

Paulo Campos não quer morrer sozinho. E aproveitou bem a oportunidade do convite de José Gomes Ferreira para nos recordar que o povo acha que “tão ladrão é quem vai à horta, como quem fica à porta”.

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4 Comments:

Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Salvo indicação em contrário em nota de rodapé, as crónicas de JL (apesar de poderem, também, ser lidas n' «A Mosca Varejeira») foram escritas propositadamente para o «Sorumbático».

16 de outubro de 2012 às 19:16  
Blogger José Batista said...

Resumindo: os abortos existem, estão aí e manifestam-se da forma que testemunhamos e sofremos.
Mas não sabemos especificamente quem e como os concebeu nem (exatamente) quem os pariu. Só sabemos quem foram os "parteiros". E também sabemos que estamos forçados a alimentá-los.
Estamos?...

16 de outubro de 2012 às 21:02  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Tanto quanto foi tornado público, as Estradas de Portugal obtiveram o visto do Tribunal de Contas porque omitiram informação importante.

Quando, mais tarde, isso foi feito, rebentou a bronca, ficando à vista os prejuízos para o Estado.

16 de outubro de 2012 às 21:56  
Blogger Francisco Castelo Branco said...

É uma vergonha.
é por isto que o povo protesta e com razão

18 de outubro de 2012 às 12:58  

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