15.10.12

O sem sentido que domina quase tudo

Por Ferreira Fernandes  
AMANHÃ, o segundo debate de um combate, Obama-Romney, que se pensou de favas contadas e que o primeiro debate relançou com a derrota inesperada do Presidente (inesperada porque do Sr. da Palavra esperava-se tudo, exceto que gaguejasse). 
Os debates são o que são, não mais servem para convictas explicações posteriores: na noite do dia 6 de novembro, contados os votos, o evidente ganhador dos debates será, sem dúvida, Mitt Romney, caso ele ganhe, ou foi Barack Obama, sem dúvida, caso ele ganhe... 
Ninguém se lembraria do buço suado de Nixon, razão definitivamente catalogada como a causa da derrota do adversário de Kennedy em 1960, se em Nova Jérsia e Ilinóis (só dois em 50 estados) os votos resvés Campo de Ourique dos candidatos se tivessem invertido. 
Isto para dizer que em eleições a única certeza é o talvez, sobretudo quando o que se analisa é conversa. A ponto de os candidatos procurarem a rolha com métodos ousados, como fez Joe Biden, na semana passada, no único debate entre os candidatos a "vice". 
Já tinha acontecido em eleições que as questões deontológicas tivessem sido importantes. Odontológicas, foi a primeira. Biden foi incisivo (canino e pré-molar) como nunca tinha acontecido num debate. Foi brilhante, nem tanto pelo que disse mas pelo que os dentes cintilaram. 
No dia 6 saberemos o que dará. Se os democratas ganharem, o discurso de esmalte será moda. Se perderem, o riso será arrancado dos debates. 
«DN» de 15 Out 12

Etiquetas: ,