À procura do eleitor dançarino
PARA A SEMANA, abalo para a América das eleições. Vou para o Ohio, e penso
encontrar o eleitor que decide essas coisas.
Como se sabe, há estados,
Califórnia e Texas, por exemplo, que apesar de grandes não põem o olho
nos candidatos durante a campanha presidencial. Uma é democrata desde
sempre, tal como o outro é republicano e já se sabe que voltarão a sê-lo
a 6 de novembro. Como no sistema americano todos os votos eleitorais de
um estado vão para o partido vencedor, ninguém tenta convencer os
texanos e californianos, já convencidos. Mas como no Ohio se ganha
sempre de resvés, ora um, ora outro, nesta campanha já passaram 41 mil
anúncios de Obama e de Romney nas televisões do estado.
O Ohio, além de
dançarino, tem esta particularidade: quando se inclina para um, esse
ganha no país. Desde 1896, só se enganou em 1944 e 1960. Só não lhe
chamo oportunista porque ele não é como esses que mudam de casaca, ele é
que entrega a casaca ao vencedor.
Ora o Ohio, sendo dançarino e
perspicaz, tem um condado (digamos, um concelho nosso) que não lhe fica
atrás: Stark, 375 mil habitantes, acerta sempre dando 50% e uns pozinhos
ao vencedor nacional. Resumindo, em Ohio, dançarino e acertador, há
Stark, condado dançarino e acertador - e é aí que eu quero encontrar o
eleitor que, variando bem, acertou sempre nos últimos 80 anos.
As
eleições americanas sendo tão caras, se eu encontrar o tal eleitor
talvez ajude a resolver a crise.
«DN» de 27 Out 12 Etiquetas: autor convidado, F.F
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