Hastear o atual estado de alma
A NOSSA é diferente da bandeira das Filipinas. Esta tem uma estrela
que representa a ilha de Mindanau, já a nossa deve ter qualquer coisa da
Fossa de Mindanau que tão bem nos simboliza. Por outro lado, deveríamos
imitar uma particularidade única da bandeira das Filipinas. Esta tem
duas bandas horizontais, azul e vermelha, e hasteia-se com o azul
cimeiro em tempos de paz e inversamente em tempos de guerra.
Sendo as
bandeiras símbolos, a pirueta não está mal lembrada. Os portugueses de
hoje, por exemplo, deveriam ser simbolizados de forma diferente do que
eram ainda recentemente. Continuamos a ser sempre portugueses e
legítimos herdeiros da esfera armilar que os antigos nos deixaram, é
certo. Mas nestes dias alguma coisa se nos quebrou, que permitiu que uma
deputada tenha dito, no Parlamento, que quem lhes paga, aos nossos
deputados, é a troika. Como que em resposta, ontem, um presidente de
câmara insurgiu-se contra o estatuto de bom aluno que nos (ao nosso
nobre povo) "menoriza e infantiliza." Por acaso, deputada e edil são de
bordos políticos diferentes, mas só por acaso conheço fortes e fracos de
ambos os lados.
Mas o que o presidente da câmara acertadamente
denunciou (e que a lamentável frase da deputada comprovara) é que
precisamos de um ligeiro toque no nosso símbolo, de forma a retratar o
atual e bizarro estado de alma nacional. O destino, ontem, invertendo a
bandeira, deu uma boa solução.
«DN» de 6 Out 12 Etiquetas: autor convidado, F.F
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