7.12.12

Notas, moedas e câmbios

Por Joaquim Letria
TODOS devem ter reparado que é raro conseguirmos que as ATM (Multibanco), ou mesmo num balcão, nos dêem uma nota maior de 20 euros. Para quem é constantemente acusado de viver acima das suas possibilidades parece-me uma grave contradição. Mas notas grandes de euro é coisa raramente vista. Recordo-me da comoção, entre as caixas dum supermercado, onde um casal angolano pagou o seu carrinho de compras com uma nota de 500 euros. Até meteu o gerente e, pelo menos, duas filas à espera! Não escondo a satisfação de ver uma nota de 50 e a dificuldade com que dela me separo…
Com esta história de virmos a ser escorraçados do euro, juntamente com a Grécia, ponho-me a imaginar o escudo igual ao dracma e a Espanha outra vez com a peseta a valer metade da nossa moeda e nós sem notas, ou sem moedas. E ponho-me a pensar no Equador, que não tem moeda própria e cujo sistema financeiro prospera!
No Equador todas as transacções são feitas em dólares americanos. As únicas notas que lá existem são as da moeda norte-americana. Curiosamente, as contas fazem-se com poucos trocos, porque não há moedas! Então o governo equatoriano imprimiu moedas para facilitar os trocos dos que vivem dos tostões. Há moedas de 50, 25, 10, 5 e 1 cêntimos. Que não são iguais a coisa nenhuma, com umas figurinhas mal identificadas. Digamos que são moedas duma moeda que não existe, fracções do dólar americano que não podem circular nos Estados Unidos porque são equatorianas.
Com este Governo que nós temos, não me espantaria se o visse a bater palmas por sairmos do euro e ficarmos privados dum símbolo nacional e sem um instrumento de poder que é a moeda própria. Os nossos ministros deveriam adorar passarem a receber em marcos…

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