20.1.13

Ai, amigos...

Por Pedro Barroso
AI, AMIGOS... afinal, além de caro e indigno, começa a ser injusto, hieroglífico e inquietante viver em Portugal. 
Numa situação de desastre público - só na minha rua caíram 7 árvores... - onde pára a tal "Protecção civil"?  Onde param os inefáveis Gil's com fato-macaco camuflado entre os computadores com ar de peritos inteligentes em situações de catástrofe? 
Sim, esse ao que parece foi corrido por caricata e dolosa figura... mas onde raio param os sucessores?
Porque não vemos os jipes da Protecção Civil a darem uma volta no terreno e reconhecerem onde ainda há coisas por fazer - árvores por cortar , muros em risco de ruína, galhos perigosos, semáforos em perigo de queda, estradas a inundar, etc?
Como não sentir que o país improvisa recursos e que não existe sequer, afinal, um socorro verdadeiramente organizado?
Estamos sem luz 20 horas e da EDP respondem ao telefone dizendo que, como há muitas chamadas... tente mais tarde.
Chamamos o 112 ou os bombeiros e dizem que esta tudo ocupado, não podem acudir... 
Estradas cortadas... nem sinalizadas são - cai-se na 1ª árvore atravessada ou no charco...
A rede net impossível... rede telemóveis cortada...
Ora bem. Eu sei que a tempestade e o ciclone foram bravos mesmo; vivo no campo e senti na pele o susto. 
Mas também sei que o prejuízo somos nós q o vamos remendar - do nosso braço e do nosso bolso. 
Atenção - Honra aos que estão no terreno, à chuva e ao frio a tentar resolver tudo; nem sempre bem dirigidos, nem sempre nas prioridades melhores; nem sempre bem enquadrados por uma estrutura inteligente e abrangente... nem sempre bem pagos... nem sequer, em alguns, casos, - dizem-me - bem alimentados! Médicos acabam de me confessar que estão há 48 horas de serviço sem luz a terem de improvisar curativos para dezenas de pessoas à luz de petromax! É para isto que pagamos tanto?!
Sente-se demais, na prática, essa falta de resposta global. Aliás, as más condições com que esses estão a atacar as causas e a tentar repor a normalidade só reforçam o que digo.
Porque... num país em que metade do se paga vai para impostos (!!!) como não sentir a injustiça primária agressiva, sinistra, esdrúxula e decadente de tudo isto?
É este o prometido Portugal?

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1 Comments:

Blogger José Batista said...

Olhe, amigo Barroso, um dia dizia-me um necessitado, a dormir na rua, quando lhe falei em ir com ele ao edifício da segurança social: - Ó senhor, a segurança social é para dar segurança aos que nela trabalham e aos que dela se servem! E acrescentou um sonoro fdp em genérico e no plural.
Ora, no caso da protecção civil, e ressalvadas as partes boas que refere, as coisas podem ser algo similares...
Aqueles jipões para uns senhores se passearem, para estacionarem melhor em cima dos passeios e tal...

Mas, em todo o caso, devemos realçar o esforço de muitos, porque afinal podemos testemunhá-lo em tantas situações.

21 de janeiro de 2013 às 18:26  

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