11.6.13

10 de Junho, Dia do Sport de Portugal

Por Ferreira Fernandes
CAVACO Silva fez um apelo aos portugueses para praticarem desporto: "Todos os dias, em cima de um tapete, faço 1500 metros." Foi, ontem, 10 de Junho. Haja um português diferente dos outros, que se limitam a ir ao tapete: o PR, ao menos, faz alguma coisa em cima dele! Mas até para o próprio Cavaco o consumo de tapete já deve ter caído 10 por cento e, hoje, em relação ao período homólogo, ele já só faz 1350 metros. Em todo o caso, retenha-se o pingue-pongue: os portugueses querem correr com ele; ele manda-os dar umas voltas. O que conta, pois, é a mensagem olímpica do nosso Coubertin de Boliqueime. Portugal deve ser desportivo para se cumprir. Patrão: "Não há dinheiro para salários." Empregado: "Tudo bem, o mais importante não é ganhar, mas participar." O PIB vai deixar de cair, faz mergulho aquático. A crise galopante passa a ser uma modalidade do hipismo. À tentativa de conciliar Seguro com Passos chamar-se-á natação sincronizada. O Gaspar não fala chato, joga curling. As medidas de propaganda dos ministros passarão a ser saltos ornamentais; as acusações furibundas dos da Oposição, lançamento do dardo... 
Simples discurso de 10 de Junho, ou é mesmo tática de jogo a aplicar? Inclino-me para a última hipótese: o Governo não terá os melhores jogadores, mas pode contar com o árbitro.
«DN» de 11 Jun 13

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