15.6.13

Crato, os professores e a não política

Por Ferreira Fernandes
FORAM para a política quando deviam ter ido para patrões no Bangladesh. Ali não precisariam de saber fazer política - isto é, prevenir, ceder aqui e influenciar ali, ser maquiavéis e discutir... -, só precisavam de distribuir umas lamparinas em caso de reticências. Mas não, foram para a política, a arte do compromisso. O azar é que lhes calhou a taluda e chegaram ao Governo. Era como se o alheado do Vítor Gaspar chegasse a ministro das Finanças. Ah, chegou?! Então já sabem. O problema é que ele não é caso único de tipo que chumba cada dia. 
Por falar em chumbar, peguem no Crato dos exames. Foi para patrão dos professores, um sector coriáceo (tão duro e tão cego que foi dos que mais ajudaram a instalar esta trupe no Governo). Ministro, Nuno Crato tinha um plano para tirar poder aos professores. Atenção, não vou aqui discutir se é justo ou não, digo que há plano. Logo, se era para os combater, um político nunca teria pensado em fazê-lo quando os professores são mais capazes de mostrar a sua força de grupo. Ora que altura escolheu o ministro para o confronto? A época de exames, que é como invadir a Rússia no inverno. Dando-se conta da asneira, Crato recorreu aos tribunais para impedir a greve dos professores. Pois ontem soube-se que ele não vai poder obrigar aos serviços mínimos porque faltava papelada no que mandou para o tribunal! Crato exige exames e ele próprio chumba a todos. Resta-lhe ir para o Bangladesh mandar em mudos.
«DN» de 15 Jun 13

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1 Comments:

Blogger José Batista said...

Texto pouco inspirado, parece-me.
Os professores não precisam de patrão.
Precisam de um líder em quem acreditar.
E muitos acreditaram em Nuno Crato. Como homem, como intelectual e como desejável ministro da educação. Entre eles me conto. E não deixei de apreciar as qualidades de Nuno Crato, apesar de ser professor e de ir fazer greve. E faço-a não por me sentir pertencer a qualquer sector coriáceo, muito menos cego, que tenha levado pilantras para o poder. Para esse resultado talvez tenha contribuído mais certo escol de jornalistas que parecem funcionar por encomenda. Só assim se percebe que endeusem uma peça como Sócrates, tão sério a cursar engenharia como a fazer projectos urbanísticos como a desgovernar o país. Estes são péssimos, são, mas são apenas a continuação.
Andam tão preocupados em tirar poder aos professores, mas que poder?, se eles ao menos tivessem o de educar certos meninos que mais ninguém parece educar...
Pobre país, que parece ter escolhido mal os inimigos...
Não querem antes extinguir a escola?
Mais vale que invadir a Rússia em qualquer altura.
Penso eu.

15 de junho de 2013 às 15:20  

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